Autárquicas: Pré-campanha discreta no Algarve mostra-se sobretudo nas redes sociais

13:03 - 21/08/2025 POLÍTICA
A menos de dois meses das eleições autárquicas de 12 de outubro, a pré-campanha tem ainda pouca expressão no Algarve, com candidatos por apresentar e as redes sociais a serem as principais montras dos partidos.

Numa altura em que grande parte do país se encontra a banhos no Algarve, as últimas semanas têm sido marcadas pela presença de líderes de partidos em visitas e pequenas ações, que um pouco por toda a região vão mostrando apoio aos seus candidatos.

Na rua, são já visíveis cartazes dos maiores partidos, mas as ações no terreno têm sido discretas, com eco posterior nas redes sociais, que se enchem de ‘posts’ de visitas a associações e instituições e da presença de candidatos em feiras e festivais que, por agora, abundam na região.

Por outro lado, o anúncio das candidaturas tem sido demorado em alguns concelhos, com candidatos já conhecidos, mas ainda sem apresentação oficial, enquanto noutros casos os nomes vão saindo a ‘conta-gotas’, havendo várias candidaturas por apresentar.

Certo é que nestas eleições mais de um quarto dos atuais presidentes das 16 câmaras do Algarve está de saída devido à lei de limitação dos mandatos – em Faro, Loulé, Olhão, São Brás de Alportel e Silves -, o que pode dar uma oportunidade aos partidos que têm estado na oposição.

Se em 2021, apenas estavam impedidos de se recandidatar dois autarcas, nestas eleições o número só não é maior porque três presidentes deixaram a liderança dos executivos antes do final do mandato.

Em Portimão, a socialista Isilda Gomes, que atingira o limite de mandatos, renunciou ao cargo para ocupar o lugar de eurodeputada no Parlamento Europeu.

Também Francisco Amaral estava a cumprir o terceiro mandato quando renunciou à presidência da Câmara de Castro Marim, mas apresenta-se agora como cabeça da lista social-democrata à Assembleia Municipal de Vila Real de Santo António.

Ainda em 2024, o então presidente da Câmara de Alcoutim, Osvaldo Gonçalves, que se encontrava igualmente no último mandato, saiu do município para desempenhar funções na administração da empresa gestora de resíduos da região.

Na capital de distrito, Rogério Bacalhau (PSD/CDS-PP/MPT/PPM) conseguiu o feito inédito de ser o primeiro presidente a ser reeleito para três mandatos consecutivos (em 2013, 2017 e 2021), quebrando a ‘tradição’ de alternância de poder entre o PS e o PSD, que se sucedia desde as primeiras eleições autárquicas.

O primeiro candidato a perfilar-se para a liderança do município de Faro foi o socialista António Miguel Pina (PS), logo no início do ano, seguindo-se Duarte Baltazar (CDU, coligação PCP/PEV), Cristóvão Norte (PSD/IL/CDS-PP/PAN/MPT), Pedro Pinto (Chega), José Moreira (BE) e, por último, Adriana Marques Silva (Livre).

Em 2009, o PSD entrou em força em Faro, mantendo a liderança da autarquia até hoje, primeiro com Macário Correia, depois com o seu vice-presidente, o professor Rogério Bacalhau, que assumiu o cargo após a perda de mandato do presidente, na sequência de um processo referente à altura em que liderou a Câmara de Tavira.

Nesse ano, o PS perdeu a Câmara para o PSD por 130 votos, quando José Apolinário tentava ser reeleito para um segundo mandato, mas foi destronado por Macário Correia, que tinha atingido o limite de mandatos em Tavira.

Em 2013, o PSD voltou a ganhar ao PS por 395 votos, mas, em 2017, a distância entre ambos os partidos acentuou-se, com o ex-diretor escolar a ser reeleito por uma diferença de 1.572 votos.

Em 2021, o fosso entre os dois partidos foi ainda maior: a coligação PSD/CDS-PP/IL/MPT/PPM conseguiu chegar à maioria absoluta, obtendo seis dos nove mandatos em disputa.

Atualmente, o PS lidera a quase totalidade das câmaras no Algarve (12), contra apenas três do PSD: Albufeira, Castro Marim e Faro.

 

Lusa