A 5ª edição do FLIQ – Festival Literário Internacional de Querença – que decorre entre 19 e 21 de setembro, em Querença, terá como um dos pontos altos um concerto da Orquestra do Algarve que inclui um tema inédito criado pelo compositor português João Nascimento.

A obra, intitulada O Diamante de Milene, será apresentada na sexta-feira, dia 19, às 21h00 no anfiteatro do Percurso Eco-Botânico Manuel Gomes Guerreiro (PEB-MGG) e constitui um dos destaques da 5.ª edição do Festival, que terá lugar no próximo fim de semana, com a escritora Lídia Jorge como homenageada.

O Diamante de Milene nasce de uma encomenda da Fundação Manuel Viegas Guerreiro para o FLIQ 2025 e parte da leitura de O Vento Assobiando nas Gruas, romance de Lídia Jorge. O compositor identifica nessa obra uma atmosfera sonora própria: «um diamante escondido na narrativa», que procurou traduzir em música.

A peça procura articular a memória individual e coletiva, trabalhando a relação entre passado e presente, através de texturas sonoras que evocam tanto a fragilidade como a resistência. João Nascimento sublinha ainda a ideia de viagem e metamorfose, refletindo musicalmente as tensões entre realidade e ficção, entre experiência vivida e experiência narrada.

É uma criação pensada especificamente para o FLIQ, concebida como homenagem à escritora algarvia, mas também como diálogo entre literatura e música, explorando a forma como uma obra literária pode inspirar uma nova dimensão artística no campo sonoro.

Na mesma dimensão, a par da estreia de João Nascimento, o Festival propõe outros momentos musicais de relevo, como o concerto de Amélia Muge e Filipe Raposo, marcado para sexta-feira, às 21h00, na Praça da Fundação. A partir de prosa e poesia nacional e internacional com marca telúrica, encontram-se dois temas com letra de Lídia Jorge (poesia). Pela primeira vez, recebem a composição musical original de Amélia Muge, num deles, e de Filipe Raposo, no outro.

O FLIQ é uma iniciativa promovida pela Fundação Manuel Viegas Guerreiro, em Querença, e tem-se afirmado como um espaço singular de encontro entre literatura, música, artes visuais e reflexão cultural, com programação gratuita e aberta à comunidade.

Ao longo dos três dias, o público poderá assistir a conferências, conversas com escritores, exposições, instalações artísticas e passeios literários pela aldeia, num programa que reforça a missão da Fundação em promover a democratização da cultura, o humanismo e o pensamento crítico a partir do interior do Algarve.

 

FMVG