Ordem dos Psicólogos Portugueses lança, neste Dia Mundial de Combate ao Bullying, uma Factsheet para Pais e Mães e Cuidadores sobre Cyberbullying e apela a que conversem com as crianças e jovens sobre o tema
A Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) lança esta segunda-feira, Dia Mundial de Combate ao Bullying, uma Factsheet para Pais e Mães sobre cyberbullying, e apela a que os pais, mães e cuidadores falem com as crianças e jovens sobre cyberbullying. A maioria das vítimas não procura ajuda dos adultos mais próximos, com medo do que poderão pensar sobre elas e receio de perderem o acesso às tecnologias digitais.
Este novo documento começa por responder à questão: O que é o cyberbullying?
É uma forma de bullying cada vez mais frequente e consiste no uso da tecnologia para assediar, ameaçar, provocar ou embaraçar alguém. Enviar mensagens cruéis, fazer um post insultando alguém, criar uma página falsa em nome de alguém, publicar uma imagem ou um vídeo desrespeitoso nas redes sociais – são exemplos de cyberbullying.
A Ordem dos Psicólogos recorda que o (cyber)bullying não deve ser um fenómeno normalizado e aceite, não faz parte de “ser criança” ou “crescer”, não torna as crianças “mais fortes”. O cyberbullying pode acontecer em qualquer local, a qualquer hora, de forma persistente. A partir do momento em que a criança ou o adolescente tem um telemóvel/computador/tablet, sem supervisão, está em risco.
Quais são os sinais de alerta?
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Mostrar aborrecimento ou perturbação durante ou após a utilização da internet. Mostrar tristeza, ansiedade, preocupação, zanga ou alheamento da realidade.
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Fazer da sua vida digital um segredo ou tentar protegê-la a todo o custo.
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Minimizar “janelas” na presença de outras pessoas, pedir ajuda para eliminar contas ou bloquear amigos.
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Isolar-se e evitar a família, amigos ou as atividades habituais.
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Parar de usar o telemóvel/computador/tablet.
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Mostrar nervosismo e ansiedade sempre que surge uma nova mensagem.
Prevenir situações de cyberbullying:
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Estabelecer regras e horários de utilização das tecnologias digitais, em função dos horários de aulas, estudo e lazer.
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Conhecer o mundo digital da criança ou jovem. Respeite a privacidade, mas conheça as páginas e pessoas que segue, tendo consciência da forma como ocupa o tempo online.
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Ensinar formas de manter a segurança online. Encoraje a não partilhar informação pessoal online, mesmo com amigos.
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Promover a partilha consciente de conteúdos. Ajude a resistir ao impulso de publicar conteúdos online sem refletir.
O que fazer perante uma situação de cyberbullying?
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Oferecer apoio e conforto. Garanta à criança/jovem que não tem culpa, recorde que não está sozinho e que encontrarão uma solução juntos.
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Limitar o acesso à internet enquanto a situação não se resolver.
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Denunciar e/ou bloquear o cyberbully.
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Encorajar a não responder ao cyberbullying, mas guardar as mensagens/fotografias/interações que possam servir de evidências junto da escola ou mesmo da polícia.
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Procurar a ajuda da Escola, junto do Diretor de Turma ou Psicólogo da Escola.
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Contactar as autoridades. Caso as agressões sejam graves (ameaças de violência, tentativas de chantagem/extorsão, incentivo à automutilação ou suicídio), contacte as autoridades policiais (PSP ou GNR – Escola Segura) e a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens local.
Pode consultar a factsheet aqui.
Ordem dos Psicólogos