Jean Carlos Vieira Santos | Professor Universitário | svcjean@yahoo.com.br
O Natal ilumina todos os lugares como uma cena da vida vivida apenas em dezembro, transformando ruas, comércios e residências em palcos de “encontros”, ao mesmo tempo que marca os territórios pelo poder da celebração e pela criação de uma geografia de convívio. Neste contexto, todos são convocados a sentir o espírito de uma data que permeia cada esquina e cria memórias com o propósito de contar ao amanhã como eram outros tempos natalícios.
De facto, o tempo de festa proporciona-nos a arte de falar, escrever e expressar experiências. Mesmo perante uma realidade de estratificação, estamos “preparados” para partilhar e viver mais uma confraternização universal, com o sentimento de que a generosidade, a paz e a união estejam associadas ao novo ciclo que está prestes a chegar. Que, nas próximas horas e anos, aquilo que temos de humanidade possa ganhar maior relevo, pois resgatar o que temos de mais humano é uma palavra de fé.
Perante esta narrativa, aproximamo-nos do dia de festa, juntamente com a necessidade de plantarmos uma grande cruz em nós, não para carregarmos os pesos das nossas más colheitas, mas sim a esperança, para caminharmos em procissão fortalecidos pela beleza de mais um encontro com o nosso eu. É a oportunidade de, uma vez mais, compreendermos que o dia 25 do último mês do ano não é uma repetição, mas uma data para refletir sobre quem somos e sobre aquilo que plantamos neste mundo, pois “a única maneira de teres sensações novas é construíres-te uma alma nova” (Fernando Pessoa – Livro do Desassossego). Feliz Natal!