O «Festival da Canção 2021» trouxe este ano mais 20 participantes, com o objetivo único de mostrar o talento português além-fronteiras e afirmar o que de melhor se faz na música.

O Algarve esteve presente, tanto na primeira semifinal, como na segunda, através de duas participantes da terra, que brilharam nos palcos da RTP.

A primeira, Sara Afonso, é natural de Quarteira e nasceu em 1991. Em entrevista à estação pública afirmou que a memória mais antiga com música foi uma composição de Vangelis que ouviu no colégio e a “Lambada”, que se fazia escutar num dinossauro azul, onde se colocava uma moeda. Fez aulas de piano, coros e coros de Igreja. Foi com 10 anos que começou a cantar em concursos. Em termos de formação profissional, fez artes visuais no ensino secundário e a os 16 anos frequentou um workshop de teatro musical em Londres. Na universidade fez dois anos do curso de Artes e Humanidades, ao mesmo tempo que descobriu a escola do Hot Clube de Portugal. Hoje está na Escola Superior de Música, dá aulas de voz e integra uma banda de ‘covers’.

Na primeira semifinal do “Festival da Canção”, Sara Afonso apresentou o tema “Contramão”, de Filipe Melo, que passou à final. Ao lado deste, Valéria, Karetus & Romeu Bairos, Black Mamba e Fábia Maia completam os vencedores. Pelo caminho ficaram Mema, Nadine, Miguel Marôco, Irma e Ian.

Questionada se sentiria algum ‘peso’ em representar a zona algarvia, a artista explicou ao nosso jornal que “não sinto, particularmente, que eu represente o Algarve”. Sara Afonso acrescentou ainda “que a nossa canção consegue retratar uma realidade com que todos nós nos conseguimos identificar, independentemente de fronteiras ou regiões, que é a de não termos controlo sobre as pedras e os desvios nas estradas em que enveredamos, sendo que a poesia e o romantismo estão, precisamente, na coragem de continuar em frente, mesmo às cegas, face ao imprevisível”. Contudo, para além de Quarteira, destacou-se o apoio de “Almancil, Faro, Loulé, Silves, Lagoa e Albufeira”. Conclui a cantora que “recebi e continuo a receber mensagens de colegas de infância, dos meus professores, de amigos de amigos ou, simplesmente, de conterrâneos. As pessoas são muito generosas, não estava à espera de receber tanto carinho”.

Na final do programa, Sara Afonso poderá representar Portugal na “Eurovisão”. Sobre a sua experiência e o que dela poderá levar, os objetivos são muito claros: “Do Festival espero levar o carinho de que falava e novos amigos”.

A segunda semifinal do concurso trouxe outra participante algarvia. Ana Tereza brindou-nos “Com um Abraço”, uma música que acabou por não chegar ao pódio da final, mas que marcou a edição deste ano. Ana Tereza nasceu em Faro, passou por Guimarães ainda jovem e admite que sempre foi feliz no palco. Nascida em 1996, já esteve em grupos corais, bandas de garagem e concursos de talento. É cofundadora da banda de Rock feminino "Gaijas”. O convite para participar como intérprete no "Festival da Canção" surge através de Viviane, que já partilhou palco consigo.

Nesta semifinal, passaram à fase seguinte Joana Alegre, Carolina Deslandes, Pedro Gonçalves, NEEV e EU.CLIDES. Pelo caminho, ao lado de Ana Tereza, ficaram Da Chick, Tainá, Ariana e Graciela.

A cantora algarvia assume que “estou orgulhosa por ter pisado o palco do ‘Festival da Canção’. Fui convidada para o festival para representar uma canção portuguesa, mas é óbvio que sendo uma canção criada no Algarve, por Algarvios fez me ter ainda mais orgulho em defendê-la”. Mesmo sem passar à grande final, Ana Tereza deixa claro que “senti muito carinho por parte de muitas pessoas de todo o país e muitas delas do Algarve. E o apoio continua a vir, espalhado pelo país fora”.

A intérprete deixa claro que a sua participação já lhe trouxe coisas boas. “Acho que ter trabalhado com o Tó e a Viviane foi de si já uma grande oportunidade e agora as pessoas sabem que eu existo e que estou aqui de coração e alma”

A primeira semi final do programa do “Festival da Canção” contou com apresentação de Sónia Araújo e Jorge Gabriel. Já a segunda, teve Tânia Ribas de Oliveira e José Carlos Malato na condução. Inês Lopes Gonçalves assegurou mais uma vez a green room (sala verde). A final do concurso será a 4 de março, também nos estúdios da RTP e sem público, devido à pandemia do novo coronavírus. Nesse dia, a dupla Filomena Cautela e Vasco Palmeirim sobe a palco para desvendar quem vai representar Portugal na “Eurovisão”.

Por Filipe Vilhena