A Dr.ª Isilda Gomes, Presidente da Câmara Municipal de Portimão, por se ter vacinado contra a Covid-19 passando à frente de muitos outros utentes considerados prioritários, violando assim os critérios do plano de vacinação, não tem condições para continuar como Presidente da Câmara Municipal de Portimão, devendo apresentar a sua demissão.

Em nome da dignidade e do bom nome de todos os Portimonenses. Foi o que hoje, em reunião do Executivo, defendeu o vereador do Bloco de Esquerda, João Vasconcelos. A Presidente tem de assumir todas as responsabilidades e consequências políticas dos seus atos. Devem as autoridades competentes apurar as devidas responsabilidades.

De acordo com as autoridades de saúde, os critérios definidos para o plano de vacinação contra a Covid, por insuficiência de vacinas, são muito claros: nesta 1.ª fase devem ser vacinados os profissionais de saúde diretamente envolvidos na prestação de cuidados a doentes; os profissionais residentes em lares e instituições similares; os profissionais e internados em unidades de cuidados continuados; os profissionais das forças armadas, forças de segurança e serviços críticos, e agora os bombeiros; pessoas com 50 ou mais anos com insuficiência cardíaca ou renal, ou com doença coronária ou respiratória crónica, e agora incluindo todas as pessoas com mais de 80 anos.

A Presidente da Câmara de Portimão considera que, pelo facto, de prestar um serviço de voluntariado através de um computador, serviço a ter lugar no hospital de campanha instalado no Pavilhão Arena, lhe conferiu o direito de passar à frente de muitos outros utentes que estão à espera da vacina na lista das prioridades. Mas os critérios do plano de vacinação não contemplam o voluntariado.

A situação é ainda mais grave quando, ainda hoje, cerca de 3 dezenas de médicos estagiários e outros profissionais de saúde a trabalhar no Hospital de Portimão ainda não foram vacinados contra a Covid e não sabem quando o serão. Por outro lado, os responsáveis políticos e  que exercem funções públicas devem dar o exemplo perante os cidadãos e o país. Quando assim não atuam estão a contribuir para a descredibilização da política, da causa pública e para o crescimento do populismo.

Todas as cidadãs e cidadãos precisam de ser vacinados quanto antes, mas cumprindo as regras e critérios definidos, esperando a sua vez. É o que defende o Bloco de Esquerda.

 

A Comissão Coordenadora Concelhia do Bloco de Esquerda/Portimão