Inaugurada a 6 de novembro de 1993, a Biblioteca Municipal Manuel Teixeira Gomes (BMMTG) assinala o 29º aniversário de funcionamento, associando-se às comemorações do centenário de nascimento da escritora Agustina Bessa-Luís, através de um conjunto de iniciativas marcadas para o dia 5 de novembro.
O ponto alto do programa será a realização de um encontro que reunirá a escritora Mónica Baldaque, filha de Agustina Bessa-Luís, e Pedro Mexia, crítico literário e leitor incondicional da homenageada.
 
Com curadoria e moderação a cargo do jornalista Carlos Vaz Marques, a iniciativa terá lugar a partir das 18h00 de 5 de novembro na sala multiusos da Biblioteca Municipal de Portimão e abordará a vasta obra literária de Agustina, profícua escritora de romances, contos, biografias e peças de teatro, tendo igualmente trabalhado nas redações de alguns jornais portugueses de referência, onde foi artesã de crónicas, reportagens e entrevistas.
 
Para além de evocar Agustina Bessa-Luís, nascida a 15 de outubro de 1922 em Vila Meã, no Município de Amarante, o encontro terá como ponto alto o contributo de Mónica Baldaque, que em dois livros recentes sobre a mãe – «As Sibilas» (2022) e «Sapatos de Corda» (2020) – traçou esboços biográficos e diarísticos intercalados com ilustrações suas, constituindo um testemunho íntimo do universo e dos processos da progenitora enquanto pensadora e escritora.
 
Nas palavras de Pedro Mexia, que escreveu o prefácio para a reedição da obra completa que a Relógio D'Água começou a publicar em 2017, «não é um daqueles autores que quando os lemos está lido. Agustina é uma espécie de continente que me ocupa a vida inteira. Quando a li pela primeira vez, fiquei com a sensação que era uma autora que eu ia ler até ao fim da vida. Não só porque é uma autora com uma obra vasta, como exige um mergulho nessa obra. Só romances serão perto de 50, fora as crónicas, as monografias, as biografias, os textos sobre pintores e com pintores... Muitas destas coisas são muito difíceis de encontrar e posso dizer quetenho uma coleção de quase noventa por cento dos livros de Agustina Bessa-Luís, o que é uma taxa bastante elevada».
 
Contar e imaginar
 
Mas o dia 5 de novembro vai ser marcado por outros dois acontecimentos, ambos serões de contos dedicados aos mais pequenos, a cargo de Cláudia Fonseca e Cristina Taquelim.
 
Primeiro, a sala infantil da BMMTG recebe às 11h00 «Canto de Colo», sessão destinada a bebés até aos 3 anos, acompanhadas por familiares, na qual Cláudia Fonseca estimulará a literacia dos afetos.
 
E uma vez que as bibliotecas municipais são casas de muitas palavras e também de cantos, músicas e danças, este será um momento de jogo e alegria em família, à volta dos cantos, dos primeiros contos e das primeiras leituras.
 
De tarde, no mesmo espaço e a partir das 15h00, será a vez de Cristina Taquelim contar histórias mínimas que «Cabem no ouvido», tão mínimas que às vezes fica divertido escutar e repetir, escutar e repetir, para que, mesmo pequeninas, elas fiquem realmente no ouvido.
 
Ambas, Cláudia e Cristina, cruzarão o imaginário popular e o conto de autor, narrando contos e cantes e afirmando a narração no feminino.