O Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve (UAlg) está a monitorizar a presença de cetáceos na costa algarvia, num estudo que permitirá conhecer melhor os comportamentos desta espécie no sul do país, foi hoje anunciado.

O projeto do biólogo marinho Rui Peres dos Santos vai permitir “catalogar as espécies que cruzam as águas algarvias, a altura do ano em que o fazem, a sua abundância e os comportamentos que exibem”, anunciou o CCMAR, em comunicado.

De acordo com aquele centro de investigação em ciências marinhas, os dados recolhidos, através de observações a partir de terra, vão servir de base a medidas de proteção e mitigação da atividade marítimo-turística local.

As visualizações, que arrancaram em outubro de 2021, a partir de um observatório no Farol de Santa Maria, em Faro, permitiram contabilizar até março deste ano “mais de cem avistamentos de várias espécies destes animais, principalmente golfinhos, roazes comuns e da baleia-comum”.

Desde janeiro que as observações passaram também a ser feitas a partir da Praia da Falésia (Vilamoura), cobrindo agora duas zonas distintas da área marítima, complementadas com embarcações marítimo-turísticas a operar.

No distrito de Faro estão registadas 121 embarcações de observação de cetáceos.

Segundo o CCMAR, atualmente são realizadas três observações por semana, cada uma compreendendo três varrimentos do horizonte, onde a visibilidade normalmente permite vigiar até às seis milhas náuticas (cerca de 11 quilómetros), podendo estender-se até às 12 milhas (mais de 22 quilómetros).

“O estudo pretende também avaliar o potencial do uso de vigias pelas empresas de observação da vida marinha”, refere a nota daquele centro, sublinhando “o papel essencial” que os vigias têm na deteção dos animais.

O estudo para conhecer melhor os cetáceos que se deslocam pela costa algarvia faz parte da nova tese de doutoramento de Rui Peres dos Santos, e é orientado pelos professores Rita Castilho e Richard Sears, com financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Os trabalhos de campo têm o apoio dos alunos do mestrado de biologia marinha e da Faculdade de Ciências do Mar e do Ambiente da UAlg, da Autoridade Marítima Nacional e da Rede de Arrojamentos do Algarve (RAAlg).