Foi descerrada esta manhã a placa toponímica da Praceta Comodoro Rivadavia, cidade argentina que foi o principal destino de emigrantes louletanos na América do Sul.

Os laços entre as duas localidades têm perdurado ao longo dos anos, e a Câmara Municipal de Loulé tomou esta iniciativa para que essa relação seja ainda mais forte e que as gerações futuras mantenham o vínculo à terra natal dos seus antepassados. Assim, em pleno centro urbano, junto ao Parque Municipal e Centro Social Autárquico de Loulé, esta artéria recebe agora o topónimo de um lugar distante geograficamente mas perto pelos vínculos afetivos entre os dois povos.

“Estes são laços fortes porque unem sentimentos entre pessoas, entre gerações, e devem ser cultivados. As diferenças de países nunca são importantes quando os homens querem dialogar uns com os outros e fazer amizades. O mais importante é entendermo-nos e fazer um mundo melhor”, reiterou o edil Vítor Aleixo.

Numa semana em que uma comitiva da cidade argentina visitou o Algarve, em nome da Associação Portuguesa de Comodoro Rivadavia, da comunidade portuguesa e de toda a população desta cidade, José Carlos Madeira agradeceu esta iniciativa do Município de Loulé. “Para nós é uma imensa honra. Penso naqueles portugueses que foram para lá há 40, 50, 60, 70 anos, num momento de grande dificuldade… Na altura a Argentina era o país dos esquecidos pois era difícil voltar a Portugal. Mas eles estavam sempre a pensar no Algarve, a sua terra natal. Com este ato cá em Portugal vocês também estão a pensar em nós. Por isso é muito importante esta ligação”, referiu.

Também o autarca/intendente desta cidade da Patagónia, Juan Pablo Luke, enviou uma mensagem para os presentes nesta cerimónia, manifestando a sua gratidão: “Para a nossa cidade e para a nossa região é um gesto muito lindo, como lindos são os laços que temos com Portugal e com outros países da Europa”.

Comodoro Rivadavia é a cidade mais populosa da província argentina de Chubut.

Os laços de amizade existentes entre o concelho de Loulé, a Argentina e a comunidade portuguesa residente no seu território são fortes e remontam ao século XIX.

A ligação histórica entre os dois países assenta em bases importantes. Desde logo, Portugal foi o primeiro país a reconhecer a independência das províncias unidas do Rio de La Plata, em 1821. Mas também a Argentina foi o primeiro país a reconhecer a República Portuguesa.

Atualmente estima-se que vivam na Argentina perto de 150 mil portugueses. Através da língua, do folclore ou da gastronomia os laços com o nosso país mantêm-se vivos, inclusive entre as novas gerações.