A Organização Mundial de Saúde (OMS) disse hoje que ainda não há indícios de que a variante Ómicron provoque casos mais graves de covid-19 ou com sintomas diferentes das estirpes anteriores.

Embora a taxa de internamentos devido à covid-19 tenha aumentado nos últimos dias na África do Sul, o país onde a nova variante foi detetada pela primeira vez, "isto pode ser o resultado de um aumento geral das pessoas infetadas, e não apenas de infeções específicas com a variante Ómicron", refere um comunicado do grupo de peritos consultivo da OMS para a monitorização da evolução do coronavírus SARS-CoV-2.

Por outro lado, muitas das primeiras infeções pela variante Ómicron reportadas são de estudantes universitários, "jovens que tendem a sofrer formas mais moderadas da doença", observaram os peritos.

O grupo de estudo salientou que "compreender o nível de severidade da variante Ómicron pode levar vários dias ou semanas".

Os peritos acrescentaram que a variante parece aumentar o risco de reinfecção (a hipótese de uma pessoa que já teve covid-19 voltar a contrair a doença), mas que "não é ainda claro se é mais contagiosa".

Sobre a resposta dos tratamentos contra a covid-19, os cientistas observaram que os corticosteroides e os antagonistas da interleucina-6 (IL6) parecem continuar a ser eficazes em pacientes graves, não havendo ainda conclusões sobre a resposta das vacinas existentes à variante Ómicron.

A Ómicron, cujos primeiros casos foram detetados há 15 dias e que é motivo de preocupação devido às mais de 30 mutações que foram identificadas, foi considerada uma "variante de preocupação" pelo grupo de peritos da OMS na sexta-feira, exigindo uma monitorização especial por laboratórios de todo o mundo.

A covid-19 provocou pelo menos 5.193.392 mortes em todo o mundo, entre mais de 260,44 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.417 pessoas e foram contabilizados 1.142.707 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.