Os testes gratuitos da covid-19 estão disponíveis em 216 concelhos de Portugal continental e vão ter um aumento na comparticipação, que passa de 10 para 15 euros, anunciaram ontem a task force da testagem e o Ministério da Saúde.

"Em Portugal continental existem 278 concelhos, sendo que 216 têm, pelo menos, uma farmácia ou laboratório que realizam testes rápidos de antigénio (TRAg) comparticipados. Desta forma, existe cobertura em 77% dos concelhos, no âmbito da portaria de comparticipação de testes", adiantou `task force´.

Segundo o grupo de trabalho coordenado por Fernando Almeida, presidente do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), os TRAg de uso profissional são gratuitos não apenas em farmácias, mas também em laboratórios de patologia clínica e análises clínicas aderentes.

De acordo com a `task force´, a testagem em Portugal continental "vai muito para além das farmácias", envolvendo laboratórios, clínicas, academia e unidades móveis, "sendo que a cada uma das entidades registadas e habilitadas a realizar TRAg de uso profissional correspondem múltiplos pontos de colheita".

O comunicado refere ainda que a lista de farmácias e laboratórios onde se realizam testes gratuitos é dinâmica e encontra-se em permanente atualização, "mantendo-se o esforço no sentido de reforçar os pontos de testagem aderentes em todo o país, no âmbito da portaria referida".

A `task force´ avançou também que, para além dos testes gratuitos previstos na portaria do Governo, os cidadãos podem recorrer à rede de diagnóstico de SARS-CoV-2, que integra 163 laboratórios que realizam testes RT-PCR e mais de 1.300 entidades que realizam TRAg de uso profissional.

O Ministério da Saúde anunciou que vai aumentar o valor da comparticipação dos TRAg de uso profissional de 10 para 15 euros, no âmbito do regime excecional de comparticipação que vai vigorar até final deste ano.

“Numa altura em que é recomendado o esforço de testagem a nível nacional, esta medida visa aumentar os incentivos para que mais laboratórios de análises clínicas e farmácias adiram ao esforço conjunto de combate à pandemia, através da deteção precoce de casos de infeção por SARS-CoV-2, sem aumentar os constrangimentos financeiros por parte dos utentes”, adiantou o gabinete de Marta Temido.

Na quinta-feira, a presidente da Associação Nacional das Farmácias, Ema Paulino, disse à Lusa que gostaria de “ver mais farmácias envolvidas” neste processo, mas salientou que as “mais pequenas, com menos recursos humanos, têm dificuldades em implementar o serviço pelo valor definido, que não permite investimentos adicionais em infraestruturas e em pessoal”.

Segundo o ministério, estão ainda a ser desenvolvidos mecanismos para reforçar a abrangência da testagem a nível nacional, nomeadamente através de iniciativas das câmaras municipais, da colaboração do setor social e da Cruz Vermelha, entre outros organismos.

O Governo voltou a comparticipar a realização de testes TRAg, uma medida que abrange toda a população e se estende até 31 de dezembro, prazo que pode ser prorrogado, ao abrigo do regime excecional e temporário de comparticipação.

O regime excecional e temporário tinha cessado em outubro, tendo em conta que Portugal estava próximo de atingir os 85% da população totalmente vacinada contra a covid-19, mas o ministério decidiu reativá-lo devido à atual situação epidemiológica, com o aumento de casos de covid-19 e dos internamentos.

No acesso a lares e nas visitas a utentes em estabelecimentos de saúde e em grandes eventos culturais ou desportivos e discotecas passou a ser exigida a apresentação de teste de deteção do vírus SARS-CoV-2 com resultado negativo, uma medida que se aplica mesmo a pessoas vacinadas contra a covid-19.

A covid-19 provocou pelo menos 5.233.111 mortes em todo o mundo, entre mais de 263,61 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.492 pessoas e foram contabilizados 1.157.352 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.

Uma nova variante, a Ómicron, classificada como "preocupante" pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em cerca de 30 países de todos os continentes, incluindo Portugal.