A Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) abriu o concurso para a dragagem no Porto de Tavira, distrito de Faro, intervenção que visa restabelecer as condições de segurança e de navegabilidade, foi hoje anunciado.

De acordo com o anúncio publicado em 04 de junho no Diário da República, os concorrentes têm 30 dias para a apresentação das propostas.

A empreitada, com um custo de cerca de meio milhão de euros (444.570,55 mais IVA), prevê a retirada dos excessos de sedimentos na barra do Porto e na zona contígua das Quatro Águas, “sendo depositados na deriva litoral de forma a alimentar as praias com défice de areia”, especificou a DRGM em comunicado.

De acordo com o organismo que tem como missão o desenvolvimento da segurança e dos serviços marítimos, a intervenção “é muito importante para as atividades piscatórias e turístico-marítimas, de forma a reforçar a segurança das embarcações, tripulações e passageiros no canal de acesso aos portos de Tavira, Cabanas e Santa Luzia”.

Em março, os pescadores que operam naquele porto do Algarve pediram ao Governo a realização de dragagens “urgentes”, face ao assoreamento que dificulta a navegabilidade na barra de Tavira, colocando em risco a segurança das embarcações.

As preocupações sobre a falta de desassoreamento da barra de Tavira e canais de navegação de acesso aos portos de Tavira, Cabanas e Santa Luzia foram manifestadas pela Associação de Armadores e Pescadores de Tavira (APTAV) e secundadas pela autarquia, que alertou para as dificuldades dos profissionais, já afetados pelos efeitos da pandemia de covid-19 na economia.

Na ocasião, Leonardo Diogo, presidente da APTAV, disse à agência Lusa que os pescadores estão a assistir a uma degradação da barra de Tavira” e que os últimos “vendavais de sudeste na costa algarvia deixaram a barra toda assoreada”, com “meio metro de água com a baixa-mar”, o que dificulta a entrada e saída da barra.

Também o Capitão do Porto de Tavira, Rui Andrade de Vasconcelos, reconheceu à Lusa que a barra de Tavira tem problemas de assoreamento, “sobretudo no lado oeste”, e que a segurança “pode estar em causa, em situações de mau tempo”.

Em 2018, a DGRM recuperou o molhe nascente da barra de Tavira, tendo na altura realizado uma dragagem acessória na zona que agora vai ser intervencionada.