A proposta de Orçamento do Estado apresentada pelo Governo PS na Assembleia da república não responde aos problemas que atingem os trabalhadores e as populações do Algarve e constitui-se como fator de agravamento das desigualdades e das injustiças.
A proposta apresentada, aprofundará o empobrecimento da maioria da população, incluindo dos trabalhadores e dos reformados que irão continuar a perder poder de compra; agravará a injustiça fiscal aumentando os benefícios fiscais para os grupos económicos e não aliviando como seria necessário os impostos sobre os rendimentos do trabalho; continuará a degradação do SNS e o favorecimento do negócio da doença; aprofundará a desresponsabilização do Governo pela Escola Pública. Esta é uma proposta de orçamento sem respostas de fundo aos problemas da habitação, aos direitos das crianças e dos pais, ao sector da cultura, às dificuldades de milhares de micro empresários.
 
A oposição do PCP a este orçamento, que se traduziu no voto contra na generalidade, expressa-se também pelo vasto conjunto de propostas que está a apresentar na fase de especialidade, cobrindo as principais áreas da vida do País, incluindo questões centrais que se colocam à região do Algarve.
 
Neste sentido, o PCP apresentará esta semana na Assembleia da República as seguintes propostas relacionadas com a região:
 
- A revogação das portagens na Via do Infante e o resgate da Parceria Público Privada (PPP) a quem PS, PSD e CDS entregaram a concessão desta infra-estrutura pública.
 
- A requalificação urgente da EN 125 entre Olhão e Vila Real de Santo António, cujas obras estão paradas há largos anos em prejuízo da vida das populações. Sublinhe-se ainda, que a actual proposta de Orçamento contém uma verba superior a 200 milhões de euros que se destina a indemnizar a empresa concessionária da requalificação da EN125 por uma obra que, na prática, não se chegou a concretizar.
 
- A requalificação da EN 124 dando cumprimento a diversas resoluções da Assembleia da República nesse sentido e que, sucessivos governos não têm cumprido.
 
- A construção do Hospital Central do Algarve, recusando o modelo PPP que PS, PSD, Chega e IL defendem para, à semelhança da Via do Infante ou da EN 125, favorecerem os grupos económicos privados.
 
Estas propostas específicas em relação à região, articulam-se com centenas de outras que apontam um rumo e uma política alternativa para o País e para a região do Algarve.
 
Propostas que valorizam os salários e as pensões, intervém na regulação dos preços, reforçam os serviços públicos, apostam na diversificação da actividade económica ou apontam a uma maior justiça fiscal.