O abastecimento público de água para consumo humano no Algarve está garantido pelo período de um ano e meio, apesar de as barragens da região registarem volumes «inferiores ao ideal», disse hoje à Lusa fonte da Águas do Algarve.

Em declarações à agência Lusa, a porta-voz da empresa, Teresa Fernandes, indicou que a água existente nas barragens algarvias cuja água é direcionada para consumo humano “é muito inferior ao que seriam as quantidades normais e ideais para esta época do ano”, embora a precipitação registada nas últimas semanas “tenha contribuído para reforçar” as reservas.

“A precipitação não foi muito significativa e os níveis estão longe do ideal para o período em que nos encontramos, a meio do ano hidrológico, mas tivemos um incremento, apesar de pouco significativo, em duas das barragens, o qual é importante para assegurar o abastecimento público para consumo pelo período de um ano e meio, em quantidade e segurança”, sublinhou.

Teresa Fernandes afirmou que a água armazenada nas três barragens que servem o abastecimento para consumo público no Algarve “é suficiente para manter o consumo médio de 72 milhões de metros cúbicos anuais na região, durante um ano e meio, com total segurança”.

De acordo com a porta-voz da empresa que gere o sistema multimunicipal de abastecimento de água na região, a estimativa tem em conta o consumo médio anual, “daí a importância de as pessoas fazerem um consumo eficiente e responsável da água, para que ela possa durar mais tempo”, advertiu.

Aquela responsável acrescentou que “existe ainda a expectativa de que os meses de fevereiro e de março tragam alguma pluviosidade ao Algarve e que façam subir as reservas de água nas barragens, dado o que tem sido a expressão e a média dos últimos anos naqueles dois meses do ano”.

Segundo Teresa Fernandes, ao contrário da melhoria verificada nas duas barragens situadas no sotavento (leste) algarvio, a do barlavento (oeste) registou um decréscimo “não muito significativo” em relação ao mesmo período do ano passado.

Aquela responsável indicou que, de acordo com dados recolhidos na terça-feira, a barragem de Odelouca, a maior do Algarve, com uma capacidade útil de armazenamento de 128,2 hectómetros cúbicos apresenta “um volume útil de 40%, menos quatro pontos percentuais face ao mesmo dia de 2021, em que era de 44%”.

No entanto, segundo a porta-voz da empresa que assegura o fornecimento de água em alta aos 16 municípios da região, “trata-se de uma variação pouco significativa” nesta barragem do barlavento algarvio.

Ao contrário do que sucede em Odelouca, as barragens de Odeleite e do Beliche, ambas no leste algarvio, zona do Algarve habitualmente mais afetada pela escassez de água, “têm atualmente um pouco mais de água do que em relação ao mesmo período de 2021”, referiu.

De acordo com Teresa Fernandes, a barragem de Odeleite está com um volume útil de 44% de um total de armazenamento útil de 108,8 hectómetros cúbicos, superior em três pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado.

A barragem do Beliche, situada a jusante e ligada por um túnel à de Odeleite, “está com 39% do total da sua capacidade útil, que é de 42,9 hectómetros cúbicos”, quando “no ano passado estava a 36%”, concluiu.