Em 2024, Gibraleón será novamente palco de um evento que começa a se consolidar e que já tornam-se uma data imperdível para a arte contemporânea no Algarve e na Andaluzia no final de Janeiro.
Mais de 4.500 pessoas visitaram a IV Feira de 26 a 29 de janeiro Festival Transfronteiriço de Arte Contemporânea, realizado em Tavira e organizado pela Fundação Olontia de Arte Contemporânea e A-NAFA (Associação e Núcleo de Fotógrafos Amigos do Algarve).
 
Ambos entidades fazem um balanço muito positivo de acordo com as visitas registadas não só presenciais, mas também através das redes sociais, uma vez que o referido evento é caracterizado pela retransmissão na transmissão dos atos contemplados no programa, circunstância que agrega valor ao feira, levando seu conteúdo a todos os cantos do mundo.
 
Além de um público heterogêneo de nacionalidades diferentes, a feira contou com representantes da esfera institucional e cultural de uma e o outro lado da fronteira, colocando a cidade portuguesa no centro das atenções da arte contemporânea em a península ibérica.
 
Os visitantes tiveram a oportunidade de visitar os diferentes espaços expositivos, sendo a Igreja do Misericórdia, local de exposição e venda das obras dos 14 artistas participantes: por Espanha, Ana Santos, Víctor Pulido, Ángeles Santotomás, Ángeles Oria, Juan Luis Rod, Enrique Romero Santana e Maria Cañas; por Portugal, Hermínio Pinto da Silva, Nuno Borges, Rebeca Felisberto, Carla Mourão, Daniel Vieira, Miguel Andrade e José Crúzio, este último com curadoria do Dr. Hernando Urrutia.
 
Este local, considerado o melhor edifício renascentista do Algarve, acolheu também alguns eventos contemplado no programa, sendo o ponto de partida da feira com o acto inaugural, ao qual Além dos presidentes das entidades organizadoras, o prefeito de Gibraleón, Lourdes Martín, e a Presidente da Câmara Municipal de Tavira, Ana Paula Martins.
 
Espetacular foi também, entre aquelas paredes revestidos de azulejos historiados do século XVIII, o concerto de Fado com a História, entre outros momentos musicais, como o esplêndido recital do virtuoso pianista taviense Marcelo Montes. Dada a afluência de público, o capítulo dedicado à produção poética mudou de localização, passando a ser realizada também na igreja desconsagrada, com o projeto Poesia na Fronteira, coordenado por Fernanda Guerra, Pedro Jubilot e María Luisa Domínguez Borrallo.
 
No final, este último procedeu à apresentação do seu livro Tela de Araña, que foi complementado por uma performance de seu autor.
 
A sede da A-NAFA, associação que comemorou dez anos durante a feira, tornou-se estes dias no palco da exposição Visiones de Olontia do já extinto fotógrafo de Olontia Francisco Durán, cuja família recentemente doou quase duzentas fotografias do autor ao Coleção Olontia. Por fim, a Casa Álvaro de Campos acolheu a exposição Nunca fui a Granada, composta por poemas de Federico García Lorca e Rafael Alberti transformados em liricografias.
 
O conhecido Clube de Tavira, fundado em 1876, testemunhou alguns acontecimentos paralelos contemplados no Programa. Dentre eles, destacaram, além das diferentes projeções de videoarte, bem como filmes dos dois lados da fronteira, as mesas redondas Em Torno da Morte da Pintura, moderado por Pablo Sycet e Fotografia Documental, moderado por Miguel Andrade, ambos com importantes representantes desses campos artísticos.