O mês de novembro em Portugal continental foi “muito frio” e o terceiro mais seco dos últimos 90 anos, verificando-se “um aumento significativo da área em seca meteorológica”, indicou hoje o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

“Em Portugal continental o mês de novembro de 2021 classificou-se como muito frio e muito seco”, avança o boletim climático do IPMA.

Segundo o boletim, o mês de novembro foi o quarto mais frio deste século ao registar um valor médio da temperatura do ar de 11.17 graus centígrados, tendo o novembro com temperatura mais baixas ocorrido em 2008 (9.95 °C).

O IPMA precisa que valores de temperatura média do ar inferiores aos registados no passado mês de novembro ocorreram em 20% dos anos desde 1931.

O documento frisa também que o valor médio de temperatura mínima “foi muito inferior ao valor normal", sendo o 11º mais baixo desde 1931 e o 4º mais baixo desde 2000.

“Durante o mês verificou-se alguma variabilidade dos valores de temperatura média do ar. No entanto destacam-se os valores diários de temperatura mínima diária do ar quase sempre inferiores ao valor médio mensal. De realçar também a descida da temperatura (máxima, média e mínima) a partir de dia 22, salientando-se o dia 28 com os maiores desvios em relação à normal mensal”, acrescenta aquele organismo.

O IPMA dá igualmente conta que novembro de 2021 foi o terceiro mais seco dos últimos 90 anos, ficando só atrás de 1981 e 1958 em relação a mínimos de precipitação.

“O valor médio da quantidade de precipitação em novembro, 18.9 milímetros, foi muito inferior ao valor normal 1971- 2000, correspondendo a 17 %. Durante o mês apenas verificou-se precipitação significativa nos dias 01 a 03 e 20 a 21”, indica o relatório, realçando que, neste último período, registou-se na região do Algarve ocorrência de aguaceiros localmente fortes, acompanhados de trovoada, queda de granizo e o vento forte.

O mesmo documento revela ainda que no final de novembro verificou-se “um aumento significativo da área em seca meteorológica em todo o território”, destacando-se o aumento da intensidade da seca na região Sul, com alguns locais dos distritos de Setúbal, Beja e Faro “na classe de seca severa”.

Segundo o relatório, mais de metade do país (61,6%) está seca fraca, 17,7% em seca moderada e 12.6% em seca severa.