O novo mercado de Quarteira vai "ser dos primeiros" edifícios do país adaptados à subida do nível do mar e a Câmara de Loulé espera poder começar a obra no início de 2023, estimou o presidente da autarquia.

Em declarações à Lusa, Vítor Aleixo disse que “o projeto sofreu algum atraso” e “teve de se ser corrigido” depois de o município ter recebido “o resultado de um estudo sobre o avanço das águas do mar sobre a costa”, que “obrigou” a alterações na estrutura para ter em conta a expectável subida progressiva do nível do mar.

“Estamos a falar de uma obra pública de grande porte, que vai ser construída no município de Loulé, tendo em conta a política de adaptação às alterações climáticas, por causa de um estudo que temos sobre a subida do nível médio das águas do mar”, destacou.

O autarca revelou que “o preço base que foi estimado” era de “16 milhões de euros”, mas admitiu que o valor “possa estar nesta altura já desatualizado” e “irá à vontade para perto dos 20 milhões de euros”, devido ao aumento de preços em consequência da inflação.

Vítor Aleixo adiantou que a obra vai criar em Quarteira uma estrutura “na linha dos mercados do Mediterrâneo, muito arejados e ventilados”, que terá “grande beleza estética, com espaços abertos e pátios interiores de comunicação entre as diferentes valências”.

A mesma fonte adiantou que o novo edifício vai dispor de 24 bancas para peixe, 24 para produtos frutícolas e hortícolas, um ‘food court’ com 10 módulos de restauração, seis lojas, oito quiosques e, ainda, um piso em mezzanine onde estarão dois escritórios, um espaço para exposições e outro para ‘coworking’.

“O que se vai ter ali é na verdade um espaço multiúsos, em que o mercado do peixe, das frutas e das verduras vão ser um elemento central”, disse ainda o presidente daquele município do distrito de Faro.

Os edifícios dos atuais mercados da fruta e do peixe vão ser mantidos, por terem “valor patrimonial e histórico suficientemente significativo para se conservarem”, referiu, explicando que o novo edifício vai ser erguido “no espaço imediatamente a norte do porto de pesca”.

No âmbito do projeto de requalificação daquela área, que corresponde à terceira fase do Passeio das Dunas, vão ser demolidas “pequenas construções precárias” contíguas ao atual mercado do peixe para abrir a frente de mar no Largo das Cortes Reais, acrescentou.

O novo mercado, que se insere numa área bruta de construção de quase 15.000 metros quadrados, vai ter no exterior 100 lugares para estacionamento e dois pisos em cave, para 224 lugares.

O projeto está “na fase terminal da sua revisão” e o presidente da Câmara espera tê-la concluída “ainda no decurso deste mês” para depois o município abrir um concurso público internacional, que deverá decorrer durante quatro a cinco meses.

“Mais um mês a um mês e meio para visto do Tribunal de Contas, portanto, eu espero que no início do próximo ano estaremos em condições de arrancar com a obra”, estimou.