Não importa a modalidade desportiva, existirá sempre um favorito.

 

Ao favorito cabe arcar com os bónus e obrigações de iniciar como “o melhor” antes da disputa começar. A alcunha de favorito significa algo de reconhecimento junto das pessoas. Contudo, também impõe uma carga extra, um peso que para alguns é prejudicial e para outros uma motivação extra.

Nesse sentido, existem desportistas que acreditam que a pressão é uma aliada.

É desta forma que a histórica ex-tenista Billie Jean King, vencedora de 12 grand slams, lidava com a tensão por vencer constantemente. A americana uma vez afirmou: “a pressão é um privilégio... é o que se faz com ela que importa”. E é justamente “o que fazer” com a pressão que tira o sono de desportistas pelo mundo fora.

A lista de grandes favoritos que cederam à pressão e perderam é extensa. Nesta inglória relação de casos está Mike Tyson, que após perder o primeiro combate, teve direito a um rematch contra Evander Holyfield.

A pressão na época era enorme. O confronto estava no terceiro round, Tyson estava novamente a perder e num ato que misturou desespero e raiva, mordeu a orelha do seu oponente, arrancando parte da mesma. A vitória, novamente, ficou para Holyfield, que não era favorito, mas executou à perfeição a sua estratégia e não cedeu à pressão.

 

 

O outro lado do favoritismo

Oferecer o seu melhor desempenho, estando sob os olhares de todo o mundo e, em especial, das câmaras de televisão que guardarão para sempre as imagens, é parte “comum” da vida dos atletas. No entanto, nos últimos tempos, o debate sobre a saúde mental dos desportistas tem crescido. Afinal de contas, estes são tão humanos quanto qualquer outro e sofrem com medos e aflições.

 

O tema ainda é abordado discretamente. No entanto, conta com duas personalidades de peso para trazer a importância devida. Duas atletas de altíssimo nível demonstraram a necessidade de repensar a pressão que os desportistas sofrem diariamente, a primeira delas é a tenista Naomi Osaka. A vencedora de 4 grand slams desistiu de seguir na disputa do torneio de Roland Garros, em 2021. Na época, a japonesa afirmou ser preciso cuidar da saúde mental antes de voltar a competir em alto nível.

A ginasta Simone Biles é outro exemplo de como o favoritismo pode ser prejudicial. A americana era apontada como o grande nome dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2021. No entanto, a ginasta, que se classificou para as finais do all-around, optou por abandonar a competição para cuidar da sua saúde mental. A louvável atitude de Biles trouxe para o centro do debate a necessidade de cuidar da parte mental dos atletas.

No campo das apostas desportivas

As empresas de apostas desportivas são especialistas em calcular quais as equipas e desportistas que são os favoritos para vencer, seja uma partida, seja o campeonato. No entanto, neste ramo de atividade, a escolha dos favoritos afeta diretamente o cálculo das odds. Este termo em inglês é muito utilizado no mundo das apostas, o seu significado está relacionado com a probabilidade de determinado facto acontecer durante o evento e qual a cotação a ser paga caso realmente ocorra.

Nas casas de apostas, as odds, que vão determinar os favoritos e os “azares” de cada modalidade, são determinadas por especialistas de cada desporto. Estes profissionais têm a missão de computar toda a informação possível, dados estatísticos, informações sobre a equipa, a forma física dos jogadores, histórico na competição, estado da forma dos rivais e qualquer outro conhecimento que ajude a calcular de maneira racional.

As apostas desportivas formam parte do universo do desporto, os websites especializados aumentaram a sua oferta de modalidades e também as possibilidades de apostar por eventos do jogo, não apenas no resultado final.

No futebol, por exemplo, é possível apontar o número de cartões amarelos, pontapés de canto ou, até mesmo, quem irá marcar o primeiro golo. Já no mundo do basquetebol, os apostadores podem tentar adivinhar quem vencerá o lançamento de bola ao ar e terá a primeira posse de ataque da partida.

Em suma, ser favorito tem muito que se lhe diga.