O presidente da Câmara de Alcoutim é o novo presidente da Associação para o Desenvolvimento do Baixo Guadiana, após a renúncia da detentora do cargo, a ex-presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, foi hoje anunciado.

“A Odiana – Associação para o Desenvolvimento Local do Baixo Guadiana, tem desde dia 07 de maio nova presidência da Direção, assumindo o município de Alcoutim, através do seu presidente, Osvaldo Gonçalves, a representação do órgão social da associação”, pode ler-se num comunicado da estrutura associativa.

A Vice-Presidência da entidade é assumida pelo Presidente Francisco Amaral, em representação do Município de Castro Marim; e como Tesoureiro da associação estará o Presidente Luís Romão, em representação do Município de Vila Real de Santo António (VRSA).

A associação foi criada em 1998 pelos municípios de Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António e a sua presidência é exercida rotativamente por quatro anos pelos presidentes das três autarquias.

O atual mandato terminava só em outubro, após as próximas eleições autárquicas, mas a detenção e posterior renúncia de Conceição Cabrita por suspeitas de corrupção num negócio imobiliário levou à escolha de Osvaldo Gonçalves para assumir o cargo, precisou à Lusa fonte da associação.

A mesma fonte esclareceu que a votação para os órgãos sociais foi forçada “devido à renúncia de Maria da Conceição Cabrita do município de Vila Real de Santo António, e consequentemente da presidência da Odiana, no passado mês de abril”.

Conceição Cabrita renunciou à presidência da Câmara de Vila Real de Santo António em 15 de abril, depois de ter sido detida e ouvida em tribunal, que determinou a proibição de permanência nas instalações da autarquia e de contacto com os serviços daquela autarquia do distrito de Faro.

A autarca tinha sido detida dois dias antes pela Polícia Judiciária, com outras três pessoas, no âmbito da “Operação Triângulo”, por suspeitas de corrupção na venda de um terreno do município, na freguesia de Monte Gordo.

Conceição Cabrita é suspeita de um crime de corrupção passiva de titular de cargo político e um crime de prevaricação de titular de cargo político.

Entre os oito arguidos no processo estão, além da ex-autarca, o empresário Carlos Alberto Casimiro de Matos, não só a título individual, mas também na qualidade de representante legal da Sociedade Saint Germain - Empreendimentos Imobiliários SA, João Faustino Ribeiro, José Maria Mateus Cavaco Silva e o deputado do PS António Gameiro.

O negócio imobiliário que esteve na origem das detenções envolveu a venda de um terreno em Monte Gordo por 5,6 milhões de euros, aprovada m Assembleia Municipal no dia 03 de abril de 2020, com os votos a favor do PSD e contra da bancada do PS e da CDU, segundo a ata da reunião que aprovou a venda.