Rubrica «Diários de mediadores em casa» volta com o novo confinamento. Hoje, mais um testemunho de uma empresa de mediação imobiliária.

Num escritório localizado na baixa da cidade de Faro (Algarve) com vista para a Marina, a Premier Algarve nasceu em 2017, pelas mãos de Hélder Bação que queria trabalhar novos mercados, com uma nova imagem e consolidar os conhecimentos adquiridos desde 2004 na sua carreira de consultor imobiliário. Neste momento, a equipa tem sete colaboradores que trabalham o segmento de habitação, mas também o comercial.

De acordo com as declarações do diretor Premier Algarve ao ideslista/news, a evolução deste projeto foi bastante positiva, “embora naturalmente tivesse sofrido um abrandamento significativo no decorrer do primeiro confinamento e, sobretudo, porque o espaço aéreo esteve encerrado temporariamente”.

Antes do confinamento, “o dia a dia era sempre bastante ativo, entre as visitas, novas angariações, reuniões, prospeção, follow-up e todas as outras no contexto das obrigações da atividade imobiliária”, descreve Hélder Bação.

O negócio no pós-pandemia

Atualmente, e perante um segundo confinamento e a proibição do atendimento presencial, a Premier Algarve adotou novas medidas. “Apostámos na tecnologia de inovação e marketing digital de forma a marcar presença nas redes sociais e plataformas online, o recurso a contacto telefónico via whatsapp, outras redes sociais, as visitas virtuais e vídeo chamada”.

O diretor imobiliário reflete que, face ao anterior confinamento, “a procura em termos gerais é mais constante, talvez porque os clientes sentem maior confiança, os momentos vividos nesta situação atípica não são já uma surpresa, tendo um dia o seu fim e na realidade o mundo e a vida das pessoas não pode parar pelo que terão sempre necessidade de um teto, de um lar”, reflete. Desta forma têm existido condições para concluir alguns processos de venda, tanto a nível externo, como no mercado nacional.

“É preciso entender que este setor não é só baseado em imóveis, mas sim essencialmente e totalmente focado em pessoas”, explica o responsável. “Cada vez mais, a mediação imobiliária é uma atividade onde prevalece a ligação e a relação com os clientes, e não apenas uma carteira de imóveis. Verificamos que fruto do nosso empenho e onde hoje em dia ninguém confia em ninguém, quem consegue a sua confiança é geralmente bem-sucedido”, acrescentou Hélder Bação.

Novo tipo de procura de casas gera otimismo 

Em relação ao futuro, a perspetiva é positiva, porque “apesar de outros setores manifestarem imensos problemas, a nossa atividade tem fintado a crise pandémica, apresentando-se ativa e vimos que a habitação sofreu inclusive um aumento de preço na ordem dos 7,8% no último trimestre de 2020”.

No âmbito da compra para habitação "verificamos que as famílias procuram uma nova ou mesmo outro tipo de habitação, seja esta por necessidade de mais espaço, afastamento das cidades procurando a periferia ou zona rurais. Existe uma carência de mercado de arrendamento e têm vindo a tomar forma os projetos para a construção de raiz de edifícios residenciais para fins de arrendamento tradicional geridos por entidades institucionais como seguradoras e empresas especializadas e com custos mais controlados para as classes médias”, analisa o diretor da Premier Algarve.

No entanto, e apesar do otimismo, Hélder Bação alerta para o facto das visitas virtuais não proporcionarem, “nem de perto nem de longe, as mesmas emoções, não existe tomada de decisão sem mecanismos que avaliam o prazer, a compra de um imóvel é um ato racional e emocional", defendendo, por isso, que "há a necessidade de podermos voltar às visitas físicas”.

Resta aguardar pelo regresso à normalidade para ser possível aproveitar todo o potencial da zona Sul de Portugal, mesmo num contexto de indefinição e necessidade de resiliência. “O nosso Algarve tem um imenso potencial de oferta em vários aspetos como todos sabemos, acredito que apesar do mercado de investimento de compra para arrendamento em áreas relativamente perto das zonas turísticas funcionarem muito bem e encontra-se desde há muito já consolidado, irão surgir outras oportunidades de investimento na compra, venda e arrendamento de imóveis em locais de menor afluência e menor densidade populacional", considera o responsável argumentando que "a pandemia veio alterar os comportamentos de todos nós e enquanto não estiver controlada e totalmente radicada as pessoas e as suas famílias pretendem continuar a manter condições de segurança e de distanciamento social”.

 

Por: Idealista