A PSP deteve hoje 34 pessoas numa operação que visou buscas a sete centros de inspeção automóvel, ao Instituto de Mobilidade e dos Transportes (IMT) e a um escritório de advogados por suspeitas de corrupção e falsificação de documentos.

Em comunicado, a Polícia de Segurança Pública avança que realizou 50 buscas domiciliárias e não domiciliárias nos concelhos de Braga, Vila Verde, Vila Nova de Famalicão, Guimarães, Vizela, Fafe, Amarante, Lousada, Gondomar, Porto, Matosinhos, Valongo, Loures, Lisboa, Agualva-Cacém, Azambuja, Vila Franca de Xira, Seixal, Palmela, Setúbal, Silves, Lagoa e Portimão.

Segundo a PSP, foram realizadas buscas a um escritório de advogados, ao Instituto de Mobilidade e dos Transportes (IMT) e a sete centros de inspeção técnica de veículos (CITV).

Aquela força de segurança refere que a operação policial decorreu de uma investigação iniciada em 2017, estando em causa crimes de corrupção e falsificação de documento agravada relacionada com a atividade de inspeção periódica de veículos.

A PSP indica que foram recolhidos indícios que alguns suspeitos, administradores de facto ou de direito de diversas empresas gestoras de CITV, criaram nos centros “um esquema fraudulento que permitia a aprovação de veículos sem proceder à anotação de deficiências que os veículos apresentavam ou sem adotar procedimentos de inspeção legalmente obrigatórios, recebendo indevidamente vantagens patrimoniais e não patrimoniais, entregues pelos clientes” dos centros de inspeção automóvel.

A PSP sublinha também que se encontram sob investigação outras pessoas que poderão ter facilitado a concretização de alguns negócios ou favoreceram essas empresas, nomeadamente junto de entidades públicas.

A PSP dá conta que, em face de tais indícios e “por subsistirem, entre outros, o perigo de continuação de atividade criminosa e de perturbação da ordem e tranquilidade públicas”, o Ministério Público procedeu à emissão de mandados de detenção fora de flagrante delito e foram efetuadas, até ao início da tarde, 34 detenções.

De acordo com a polícia, as buscas e detenções constituem o culminar da investigação desenvolvida em três inquéritos distintos, iniciados em 2017, 2019 e 2020, e entretanto juntos ao processo.

A PSP refere ainda que os arguidos vão ser presentes a primeiro interrogatório judicial para aplicação de medidas de coação.

 

Por: Lusa