O dia 13 de maio ficou marcado em Quarteira pelas comemorações do Dia da Cidade, que aconteceram ao longo de todo o dia, com a presença do executivo da Junta de Freguesia de Quarteira e da Câmara Municipal de Loulé.

As comemorações abriram com o habitual hastear da bandeira, junto ao Edifício do Centro Autárquico, com a formatura dos Bombeiros Municipais de Loulé.

Em seguida, os presentes dirigiram-se ao Auditório do Centro Autárquico, para a sessão protocolar. Telmo Pinto, Presidente da Junta de Freguesia de Quarteira, começou por referir que «nos últimos anos, foram mandatos de grandes mudanças, uma vez que foi finalmente reconhecida a dinâmica da cidade da própria Junta de Freguesia».

O autarca fez uma retrospetiva de algumas das obras que marcaram os últimos anos. «Há um ano conseguimos implementar aqui o Espaço Cidadão, que trouxe, aproximadamente, 100 novos serviços para a cidade. Só no último ano, foram efetuados perto de 6 mil atendimentos, que fizeram com que os cidadãos não tivessem de sair do local de onde vivem para resolverem os seus problemas».

Em Quarteira foram, nos últimos anos, melhoradas infraestruturas e têm sido executadas novas, como, por exemplo, «vários parques infantis, o melhoramento do street workout da zona nascente, o novo street workout, o jardim em frente à GNR, a intervenção junto à Rua da Mónica e mais 10 pequenos/médios projetos de reabilitação do espaço público».

«Agilizaram-se processos, em conjunto fomos mais eficazes e as populações, freguesias e o concelho saíram a ganhar. A cidade cresceu e tudo tem de acompanhar esse crescimento», acrescentou.

Telmo Pinto realçou no seu discurso que o maior desafio «pela frente» é «encontrar planos para corresponder às necessidades e atrair e criar novas dinâmicas transversais a todos os setores».

«Quero tirar as palavras ‘democracia participativa’ do papel e fazer acontecer». O responsável pela Junta de Freguesia acrescentou, posteriormente, que quer tornar Quarteira mais participativa, alargando o desejo a toda a região algarvia.

Por sua vez, Vítor Aleixo, Presidente da Câmara Municipal de Loulé, enalteceu os 23 anos de Quarteira a cidade e relembrou as obras estruturantes que aqui têm sido realizadas, como a criação de duas importantes novas avenidas – Avenida do Atlântico e Avenida Papa Francisco; a ligação entre Quarteira e Vilamoura com a criação do Passeio das Dunas; os investimentos feitos no espaço urbano de Vilamoura; a reabilitação da Escola EB 2,3 D. Dinis; além de todo o trabalho realizado pela Junta ao abrigo da transferência de competências.

O autarca destacou ainda os projetos de habitação e, na área da saúde, anunciou a nova USF – Unidade de Saúde Familiar de Quarteira «Estrela do Mar», em fase de instalação. De momento irá funcionar em contentores junto à extensão do Centro de Saúde, prevendo-se que venha instalar-se posteriormente num outro espaço da cidade. Em marcha está também o projeto para a ampliação do edifício do Centro de Saúde.

O presidente da Câmara de Loulé deixou ainda uma nota para a necessidade de olhar para o desenvolvimento de Quarteira de uma forma sustentável. «Chegámos a um patamar em que temos que ter a noção do equilíbrio. Se não colocarmos na equação a sustentabilidade ambiental e social, tudo isto que é hoje muito bonito e esperançoso pode, dentro de 10, 20 anos, revelar-se uma má experiência com frutos amargos. Temos que olhar para os espaços verdes, para a biodiversidade, para o cuidado que teremos de ter com a liberdade das pessoas e isso significa equilíbrio no espaço público urbano».

O autarca da cidade de Loulé lembrou ainda que «em conjunto com Telmo Pinto, ligamos Quarteira e Vilamoura».

A cerimónia reconheceu ainda o trabalho de entidades que realizam um serviço próximo da população, como a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, Autoridade Marítima Nacional – Delegação de Quarteira, Sub-destacamento Territorial de Quarteira e Vilamoura da GNR, Bombeiros Municipais de Loulé, Serviço da Proteção Civil de Loulé, Inframoura e Vilamoura World.

No programa decorreu ainda uma visita aos novos espaços socioculturais e de partilha de conhecimentos da cidade e, no encerramento, a conferência “Os primeiros povoadores do território de Quarteira”, por Rui Parreira, no âmbito da Exposição “Com os Pés na Terra e as Mãos no Mar – 6000 anos de História de Quarteira”. No sábado, dia 14, o auditório do Centro Autárquico recebe a apresentação do livro “As Minhas e Outras Memórias de Quarteira”, de César Correia.

 

Mercado Municipal e reabilitação do Antigo Casino avançam «a muito curto prazo»

No dia em que Quarteira celebrou o 23º aniversário de elevação ao estatuto de cidade, o presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo, levou boas notícias à comunidade local durante a sessão comemorativa que decorreu no Centro Autárquico. «A muito curto prazo» irão arrancar duas obras de grande importância para este território: a construção do Mercado Municipal e a obra que visa requalificar o Casino «velho» e transformá-lo num espaço polivalente, destinado sobretudo às atividades culturais e recreativas das várias gerações.

Numa terra ligada desde sempre à pesca, um novo mercado tem constituído, ao longo dos anos, uma das maiores reivindicações dos quarteirenses. E o edifício que se projeta agora é ambicioso do ponto de vista funcional e arquitetónico e pretende ser um ponto de atração turística.

Uma área com módulos de peixe, carne e legumes, uma praça de restauração, uma zona aberta de coworking, lojas de pequeno comércio e também um parque de estacionamento público que irá servir a zona poente de Quarteira são os principais espaços que integram a obra do futuro Mercado. Mas o autarca de Loulé sublinhou que esta será sobretudo «uma obra de grande beleza estética».

Enquadrado na 3ª fase do Passeio das Dunas, o projeto do futuro Mercado é já uma referência em termos das preocupações ambientais uma vez que «esta será uma das primeiras obras públicas em frente de mar em Portugal adaptada às alterações do clima». A Autarquia mandou elaborar um estudo sobre o avanço do nível da água do mar nas próximas décadas e, neste âmbito, o projeto inicial do Mercado de Quarteira sofreu algumas alterações «o que atrasou o processo em quase 2 anos». Segue-se agora a abertura de um concurso público internacional, dado tratar-se de um investimento avultado. Como sublinhou Vítor Aleixo, «vai ser uma obra cara», orçada em cerca de 17 milhões de euros, mas que «vai lançar Quarteira para um patamar muito alto» até porque «será muito mais do que um mercado». 

Com a mesma opinião, Telmo Pinto, presidente da Junta de Freguesia de Quarteira, disse que mais do que um mercado este será «um edifício multiusos e uma obra emblemática». «Duvido que exista uma arquitetura a sul do país daquela dimensão. Depois vai ter uma série de serviços que trarão seguramente muito mais dinâmica ao espaço», referiu.

Já em relação ao investimento realizado no antigo Casino, localizado na zona histórica da cidade, o investimento que ascende a 2 milhões de euros vai criar aqui um espaço comunitário e polivalente que permitirá resgatar um símbolo identitário desta terra. Entre outros, estão previstos espaços para ateliers e oficinas, uma sala polivalente destinada ao espaço de coworking, um complemento que permitirá apoiar as gerações mais novas, criando condições de trabalho comunitário, bem como o estúdio de captação e gravação. O imaginário do antigo salão de baile será recriado numa sala que terá capacidade para 350 lugares de pé e 200 sentados, podendo acolher diferentes atividades artísticas e culturais, em especial teatro, dança, bailes, exposições, etc.. Telmo Pinto acredita que este espaço será importante para o «trabalho direto com as associações, com as instituições, com os privados que gostam de cultura porque vão ter capacidade de, num espaço que é gerido pela Câmara, poderem ter várias atividades. É um equipamento cultural próximo da população». «As pessoas de Quarteira vão gostar muito!», garantiu, por seu lado, Vítor Aleixo.

Apesar de estar já concluído o projeto técnico e de arquitetura para o CECQ – Centro de Educação e Cultura de Quarteira, para além do terreno onde se irá localizar o equipamento, o presidente da Autarquia adiantou que, por enquanto a obra, não irá avançar. «Os preços subiram muito e o dinheiro não dá para tudo. Mas sentir-me-ia um autarca muito feliz se conseguisse no último ano do meu mandato abrir o concurso público para aquela obra», ressalvou, adiantando ainda que a guerra no leste europeu teve também impacto ao nível do custo inicialmente estimado para a realização de obras públicas.

 

Por: Filipe Vilhena / CM Loulé