POESIA por Isidoro Cavaco | isidorocavaco@gmail.com

Sai-se de casa sozinhos

Seguimos nossos caminhos

Ninguém nos vê ao passar,

Encontramos muita gente

Que caminha indif’rente

E sem em nós reparar.

 

Andamos sempre a correr

Às vezes nem dá p’ra ver

Muitos olhos rasos de água,

Cruzamo-nos frente a frente

Nas ruas com tanta gente,

Sem vermos a sua mágoa.

 

Surgem de todos os lados

Indif’rentes e cansados

Estão sós na confusão;

Caminhamos lado a lado

Partilhando o mesmo fado

E a mesma solidão.

 

Seguimos nossos caminhos

Acompanhados mas sozinhos

Indif’rentes e sem ver,

O pobre que estende a mão,

Ou as crianças que estão

Desprezadas a sofrer.

 

Se o que vejo é sucesso

Eu no fim quando regresso

Fico a pensar… sem saber...

Se desejo o retrocesso,

Se vale a pena o progresso,

Se vale a pena viver.