A sustentabilidade dos solos tem sido um tema da ordem do dia e tem ocupado a agenda dos decisores da União Europeia, que, inclusive, deliberaram o ano passado sobre um conjunto de medidas que visa reforçar a resiliência dos sistemas alimentares e da agricultura da Europa.
Sabe-se que 60 a 70 % dos solos da UE estão atualmente degradados. Além disso, mil milhões de toneladas de solo são anualmente removidas devido à erosão, o que significa que a camada superior fértil desaparece rapidamente. Segundo a Comissão Europeia, os custos associados à degradação do solo são estimados em mais de 50 mil milhões de EUR por ano.
Este seminário vem debruçar-se sobre esta problemática e propor alguns caminhos e respostas a um uso mais eficiente dos recursos naturais, reforçando a resiliência e saúde dos solos agrícolas, visando proteger as colheitas dos efeitos das alterações climáticas, da perda de biodiversidade e da degradação ambiental.
Serão apresentados os projetos “LivingSoil”, pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), e “+ Solo + Vida – Adaptação e Mitigação das Alterações Climáticas e Luta contra a Desertificação no Vale do Guadiana”, promovido pela Associação para o Desenvolvimento do Património de Mértola (ADPM).
A Dieta Mediterrânea é um conjunto de competências, conhecimentos, práticas e tradições relacionadas com a alimentação humana, que vão da terra à mesa. Assim, promove uma atitude de respeito pela terra e pela biodiversidade, promovendo o desenvolvimento de uma agricultura conservacionista.
A CCDR Algarve, bem como os serviços regionais de Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas e de Cultura, integra a comissão dinamizadora da Dieta Mediterrânica desde a apresentação da candidatura a Património Cultural Imaterial da Humanidade, junto da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura(UNESCO).
A Dieta Mediterrânica foi declarada, a 16 de novembro de 2010, Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO, durante a reunião do Comité Intergovernamental, em Nairobi, no Quénia. Posteriormente, em 2013, na 8ª sessão do Comité realizada em Baku, no Azerbaijão, Portugal, Croácia e Marrocos juntaram-se a Espanha, França, Itália e Grécia, países integrantes da candidatura original, ficando o município de Tavira designado como comunidade representativa de Portugal.
Esta iniciativa está integrada no Plano de Atividades para a Salvaguarda da Dieta Mediterrânica na Região do Algarve 2023- 2027 (PASDM), elaborado pela Universidade do Algarve e dinamizado pela CCDR, em colaboração com as entidades regionais, que define os objetivos e as iniciativas para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial da Dieta Mediterrânica, no âmbito dos seguintes vetores estratégicos: identificação, investigação e documentação; preservação e proteção; promoção e valorização; e transmissão, através da educação/ensino, formal e não formal.
CCDR Algarve