O Partido da Terra – MPT, face aos acontecimentos em Albufeira no passado fim-de-semana devido ao temporal, vem lamentar profundamente os prejuízos materiais e humanos ocorridos.
O MPT não pode deixar de chamar a atenção para os factos que estão na origem das inundações recorrentes, desde que há pouco mais de cinquenta anos, se iniciou um dos maiores erros de planeamento urbanístico e do território continental, cujas consequências diversas vezes atingiram já aquela região e vão continuar a atingir se não forem tomadas medidas sérias para a resolução do problema.
Albufeira cresceu e ocupou terrenos de leitos de cheia da bacia hidrográfica, impermeabilizou encostas com construção massiva, destruiu e ocupou áreas de drenagem natural sem cuidar de garantir as necessárias infra-estruturas de substituição. Mais grave é que esta sucessão de asneiras foi sendo repetida ao longo das últimas cinco décadas, apesar dos sucessivos avisos de inundações.
O bom senso que deve presidir às tomadas de decisão foi substituído pela falta de planeamento, pela falta de ordenamento territorial, pela fome insaciável da construção civil e pela conivência de todas as entidades a nível local e central cuja obrigação, porque eleitas pelos cidadãos, é zelar pelo património que estes deixaram à sua guarda pelo voto.
“O Partido da Terra – MPT espera que as duras lições do presente sejam levadas em conta e que seja efetuado um diagnóstico sério e criterioso dos problemas da bacia hidrográfica e que o desenho de soluções de drenagem eficazes seja posto em prática, mesmo contra eventuais interesses instalados. Em Albufeira como em diversas regiões de Portugal”, comenta o eurodeputado e presidente do Partido da Terra – MPT, José Inácio Faria.
“Os erros cometidos são, na maioria, impossíveis de eliminar mas as consequências podem ser minimizadas se existir uma visão e um planeamento a longo prazo que não se deixe intimidar por falsas promessas de crescimento e desenvolvimento, que nunca podem ser feitas contra a natureza, mas com a natureza”, acrescenta o eurodeputado.
Por: IPSIS