A importância da formação na prática clínica em debate nas 3ª Jornadas de Cuidados Paliativos do Algarve

09:29 - 21/11/2015 SAÚDE
Mais de duas centenas de profissionais de saúde participaram nos dias 18 e 19 de novembro de 2015 nas 3ª Jornadas de Cuidados Paliativos do Algarve, intituladas «Prática Clinica: da formação à concretização», organizadas pela Administração Regional de Saúde do Algarve, onde partilharam um conjunto de boas práticas e refletiram sobre o papel da formação no futuro dos cuidados paliativos em Portugal.

A importância dos cuidados paliativos no contexto atual da saúde, a evolução da formação nas diferentes vertentes dos cuidados paliativos, as diversas perspetivas para os cuidados paliativos no Serviço Nacional de Saúde, os cuidados paliativos pediátricos e a importância da abordagem psicológica no processo de morte em famílias com menores, foram alguns dos temas que estiverem em debate nos dois dias do encontro que decorreu no auditório da Escola Superior de Saúde da Universidade do Algarve em Faro.

Na sessão oficial de abertura que contou com a presença da Dra. Fátima Teixeira, Coordenadora Regional de Cuidados Paliativos da ARS Algarve, da Presidente do Conselho Diretivo da Escola Superior de Saúde da Universidade do Algarve, Prof. Dra. Maria Palma Mateus, do representante da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), Dr. Joaquim de Abreu Nogueira, o Vogal do Conselho Diretivo da ARS Algarve IP, Dr. Nuno Ramos, enalteceu o empenho e a dedicação de todos os profissionais que integram as equipas e unidades de cuidados paliativos da Região, na pessoa da Dra. Fátima Teixeira, «principal impulsionadora desta área e recentemente nomeada como coordenadora regional dos cuidados paliativos» e que, todos juntos, contribuíram para que «o Algarve tenha sido pioneiro nesta área e que neste momento seja uma das Regiões do país com maior taxa de cobertura em cuidados paliativos».

Destacando que «os cuidados paliativos assumem um papel fundamental no atual paradigma da prestação de cuidados de saúde», o dirigente da ARS Algarve, referiu que a publicação em Diário da República no passado mês de outubro da portaria que «visa regular esta rede e fomentar a articulação com as várias regiões de saúde», revela que «estão a ser dados passos cada vez mais sustentados e orientados para criar uma verdadeira Rede Nacional de Cuidados Paliativos».

A terminar a sua intervenção, o Dr. Nuno Ramos, assegurou que a ARS Algarve vai manter a sua estratégia na aposta da formação «para reforçar as competências dos seus recursos humanos» e deste modo permitir um desenvolvimento sustentado dos cuidados paliativos na Região, avançando que estão «a trabalhar para criar as condições necessárias para que também o ACES Central tenha a sua equipa de cuidados paliativos», e, deste modo, juntamente com as equipas do ACES Sotavento e do ACES Barlavento, «as respostas neste âmbito sejam ainda mais equitativas territorialmente».

No decorrer da sua apresentação o Professor Manuel Luís Capelas, Presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP), destacou a importância do papel da formação nas várias vertentes dos cuidados paliativos. Reconhecendo que existe ainda um longo caminho a percorrer nesta matéria, o Presidente da APCP defendeu a necessidade de se reforçar a aposta no desenvolvimento a nível nacional nesta área que permita a criação de equipas multidisciplinares em cuidados paliativos. Por seu lado, o Dr. Joaquim de Abreu Nogueira, da ACSS, traçou uma breve perspetiva acerca do funcionamento dos cuidados paliativos e a sua articulação com os restantes níveis de cuidados no Serviço Nacional de Saúde.

De seguida, a Dra. Fátima Teixeira, partindo da sua experiência do trabalho desenvolvido ao longo dos últimos anos no âmbito da Equipa Comunitária de Suporte em Cuidados Paliativos do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Sotavento, partilhou um conjunto de reflexões sobre alguns mitos que ainda existem nesta área tão delicada e realçou a necessidade de reforçar a aposta na formação para que os profissionais possam gerir da melhor forma questões relacionadas com a complexidade e com os principais problemas decorrentes de situações específicas em cuidados paliativos.

De salientar a participação de representantes das cinco Administrações Regionais de Saúde que, ao longo do primeiro dia das jornadas, apresentaram a experiência de cada uma das regiões de saúde no âmbito da implementação dos cuidados paliativos, assim como de outros especialistas nacionais e regionais que abordaram as diversas perspetivas dos cuidados paliativos no contexto atual da Saúde em Portugal.

As estratégias de intervenção junto do cuidador, a interação do enfermeiro no processo de comunicação terapêutica em cuidados paliativos, o conforto no serviço de urgência geral na perspetiva dos utentes, os cinco fatores de personalidade e a sua relação com níveis de coping e felicidade em doentes paliativos, a abordagem holística do fim de vida, as boas práticas da terapia ocupacional de cuidados paliativos, foram alguns dos temas abordados pelos diversos profissionais que participaram no segundo dia nas apresentações de comunicações livres quer na forma de comunicação oral quer na exposição de posters que esteve patente durante o encontro, sendo que a edição deste ano teve como novidade a atribuição de prémios aos autores da melhor comunicação livre e poster. A cerimónia de entrega de prémios decorreu na sessão de encerramento presidida pela Coordenadora Regional de Cuidados Paliativos da ARS Algarve, Dra. Fátima Teixeira, que aproveitou o momento para elogiar o trabalho de todos os profissionais de saúde que integram equipas e unidades de cuidados paliativos na região e no país, que com o seu empenho e dedicação diária, contribuem para a melhoria continua e sustentada na área dos cuidados paliativos.

 

Os vencedores dos prémios foram os seguintes trabalhos:

Concurso de Comunicações Livres – Boas Práticas de Terapia Ocupacional de Cuidados Paliativos -  Centro Hospitalar do Algarve – Terapeuta Ocupacional Humberto Oliveira

Concurso de Posters –– Do Planeamento à ação e intervenção em Cuidados Paliativos – Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Longa Duração e Manutenção Milreu de Estoi – Enfermeira Hélia Nobre e Enfermeira Susana Oliveira.

 

Por: ARS Algarve