Para evitar Dramas, Travar «Invasão» pela Aquacultura das Zonas de Pesca Artesanal do Sotavento

17:54 - 12/02/2016 POLÍTICA
Entidades oficiais têm de fazer justiça relocalizando as APA(s), ouvindo as propostas sensatas das Associações de pescadores

Na primeira reunião da Direção após a posse, na análise da economia e vida empresarial mereceu especial atenção a eventual exploração de petróleo no Algarve, reiterando-se a frontal discordância pelos impactos ambientais e potencial destruição de quase todo o tecido económico e social ligado ao turismo e às pescas.
Outra situação muito grave  que mereceu detalhada análise, foi a "invasão" pela aquacultura em mar aberto das zonas de pesca tradicional que, com cobertura legal, põe em risco dramático a pesca artesanal (e suas apreciadas espécies), os núcleos piscatórios do Sotavento algarvio e também o turismo e a dieta mediterrânica. Tudo se tem vindo a conjugar pelo pior para os homens do mar em Olhão, Culatra, Fuzeta, S.ta Luzia, Tavira, Cabanas, Altura, Manta Rota e  Monte Gordo: APA(s) (Áreas de Produção Aquícola) da Armona e V.Real/Tavira; duas armações de atum; um acordo de pescas fronteiriço ruinoso para a pesca artesanal algarvia; barras assoreadas e portos sem condições mínimas de segurança; praga do mexilhão provocada pela APA da Armona; etc. Estão envolvidas cerca de 300 embarcações e milhares de pessoas direta e indiretamente e pescado no valor de muitos milhões de euros.
Os fundadores da União e agora os seus dirigentes, desde há muito que acompanham e batalham por esta causa, com estudos e reuniões na Culatra, Fuzeta, Tavira e Monte Gordo, compreendendo e sendo solidários com o pânico e revolta dos pescadores, porque vêm o futuro em risco e porque têm sido desrespeitados pelos organismos das pescas, decidindo tudo nas suas costas.
Na APA da Armona, criada em 2008, os pescadores não foram ouvidos e tudo o que têm proposto tem sido recusado.
No caso da APA de Vila Real/Tavira, criada em 2014, a Direção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (pescas) promoveu em 9 de abril do ano passado um debate em Vila Real para ouvirem sensibilidades e contributos, como disseram, e comprometendo-se a considerar as propostas dos pescadores. As Associações fizeram de imediato uma fundamentada proposta conjunta mas, numa conduta inaceitável, ainda não obtiveram qualquer resposta.
Tanto num caso como noutro, porque é justo, a única solução é as entidades oficiais ouvirem os pescadores e suas propostas equilibradas para relocalização das APA(s), salvaguardando dessa forma o interesse público, a economia regional, os legítimos interesses e direitos dos pescadores e o incremento responsável da aquacultura respeitando os autóctones. É de ter em conta e  de salientar que a posição que as Associações da pesca e a Algfuturo defendem merece concordância unânime dos Presidentes de Câmara envolvidos, Deputados e população em geral. E será que Lisboa continua por diante sem respeitar ninguém? Não queremos acreditar!
 

 

Por AlgFuturo