Algarve com fraca capacidade para diagnosticar doença pulmonar

11:28 - 08/03/2016 SAÚDE
O Algarve apresenta os mais baixos níveis de recurso à espirometria para diagnóstico de doença pulmonar obstrutiva crónica, com as autoridades a considerarem preocupante a fraca capacidade de diagnóstico destas doenças respiratórias nas regiões algarvia e alentejana.

O relatório “Doenças Respiratórias em números – 2015” refere “como preocupante o decréscimo no recurso à espirometria no Alentejo e no Algarve”, sendo dados “reveladores de uma fraca capacidade de diagnóstico da doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) a nível dos cuidados de saúde primários”.

A espirometria é um exame não invasivo e indolor que permite avaliar a função dos pulmões e a quantidade de ar que entra e sai.

A fraca realização de espirometrias aponta para uma “enorme probabilidade” de internamentos evitáveis associados à DPOC, explica a Direção-geral da Saúde (DGS).

Em 2014, a percentagem de doentes com diagnóstico de DPOC confirmada por espirometria nos centros de saúde foi de 6,2% no Alentejo e de 3,5% no Algarve, bem abaixo dos 9,3% de média de Portugal Continental.

Além de se situarem abaixo da média, o Alentejo e o Algarve tiveram redução de percentagens de diagnósticos por espirometria entre 2012 e 2014. Já nas regiões Norte, Centro e de Lisboa e Vale do Tejo tem havido um aumento, apesar de “muito discreto”.

Uma das recomendações do relatório “Doenças Respiratórias em números – 2015” é precisamente aumentar o acesso à espirometria nos centros de saúde, com o objetivo de aumentar o diagnóstico correto de DPOC e evitar internamentos.

Os responsáveis do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias aconselham ainda a que o Estado passe a comparticipar a compra de câmaras expansoras para melhorar a terapêutica na asma e na DPOC.

 

 

Por Lusa