Centro de Reprodução do Lince Ibérico tem três crias de mãe já nascida em Silves

10:50 - 18/03/2016 SILVES
O Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico (CNRLI), em Silves, anunciou ontem, dia 17 de março, o nascimento de três crias de um animal que também já tinha nascido nesta unidade de recuperação da espécie ameaçada.

O Centro Nacional de Recuperação do Lince Ibérico (CNRLI) manifestou o seu “orgulho” por a fêmea Juromenha ter parido pela primeira vez a 11 de março três crias fruto do acasalamento com o macho Fresco.

“Trata-se da primeira fêmea nascida em Silves a dar à luz no centro português, a que se junta o facto de esta fêmea ter sido criada artificialmente pela equipa do centro durante um mês e meio. Fresco conta já 18 crias nascidas no CNRLI e no Programa de Cria do Lince Ibérico”, precisou num comunicado o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), que tutela a unidade portuguesa de criação em cativeiro de lince ibérico.

O Centro sublinhou que já tinha tentado emparelhar Juromenha com outro macho na época de acasalamento do ano passado, sem sucesso, pelo que a opção de encontrar outro parceiro mostrou-se acertada.

“Após uma tentativa de emparelhamento, sem resultados, com Jabugo, no ano passado, Juromenha foi este ano emparelhada com Fresco, um macho mais experiente, e teve comportamento reprodutivo normal para a espécie, que resultou nestas três crias que cuida atualmente”, destacou o ICNF.

A progenitora também “mostra um comportamento maternal exemplar e as crias seguem o seu desenvolvimento normal”, acrescentou.

“Estas três crias juntam-se assim às sete crias nascidas já este ano no CNRLI, aguardando-se agora o parto de Era. Jabaluna, apesar de emparelhada este ano com Enebro, não ficou gestante”, referiu ainda o ICNF.

Juromenha nasceu no Centro de Reprodução de Silves, em março de 2013, e foi uma das duas crias dessa ninhada de três exemplares que a mãe abandonou e que foram depois “alimentadas pela equipa do Centro, num procedimento que teve a preocupação de “evitar ou minimizar” os efeitos dos contactos com humanos, promovendo cada vez mais a “socialização” com os pais a partir do mês e meio de idade, explicou o ICNF.

“Historicamente, os linces-ibéricos criados de forma exclusivamente artificial apresentaram problemas graves de comportamento social e reprodutivo, tendo um relacionamento demasiado próximo com humanos – o que impede a sua reintrodução – e um relacionamento difícil com outros linces, o que dificulta muito a sua reprodução”, justificou.

 

 

Por Lusa