Leonor Faleiro, investigadora do Centro de Investigação em Biomedicina da Universidade do Algarve (CBMR), é uma das vencedoras da II edição dos Prémios de Investigação Maratona da Saúde, que serão entregues no sábado, dia 30 abril, a partir das 15h00, no programa «Maratona da Saúde», transmitido pela RTP1.
Lançados pela Associação Maratona da Saúde, em parceria com a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), estes prémios visam promover a investigação científica portuguesa em diferentes áreas da biomedicina, atribuindo, na sua primeira edição, um prémio total de 100 mil euros dividido por quatro investigadores com projetos dedicados ao cancro. Com o lema “Juntos vamos vencer a Diabetes”, a II edição dos Prémios Maratona da Saúde angariou fundos para financiar, em 2016, investigações nesta área. Este ano Leonor Faleiro foi distinguida pelo trabalho desenvolvido na área da diabetes tipo 1. A incidência da diabetes tipo 1 tem tido um aumento que dificilmente será explicado apenas pela suscetibilidade genética. Outros fatores podem contribuir para este crescimento, em particular fatores ambientais e mudanças no estilo de vida. Um conjunto significativo de evidências sugere que a microbiota intestinal está implicada no desenvolvimento da doença.
Sabe-se que a comunidade microbiana das crianças diabéticas finlandesas é dominada pela bactéria Bacteroides dorei e o estudo preliminar sobre a abundância de proteínas de origem bacteriana em crianças diabéticas da região do Algarve indicou que o seu sistema gastrointestinal era rico em proteínas de bactérias do género Bacteroides, em particular B. dorei. A investigadora pretende isolar a bactéria B. dorei de crianças diabéticas e comparar as suas características com as de crianças sem a doença, avaliando ainda a sua interação com as células do epitélio intestinal. Esta investigação dos grupos microbianos associados à diabetes irá contribuir para descobrir qual o seu papel na doença e para poder explorar estratégias que permitam melhorar a composição da microbiota intestinal, impedindo o desenvolvimento da diabetes. Para Leonor Faleiro, “este prémio significa o reconhecimento dos esforços feitos na identificação de microrganismos que podem influenciar o desenvolvimento e a manutenção do estado autoimune”. Recorde-se que já no ano passado Ana Teresa Maia e Pedro Castelo-Branco, investigadores do CBMR, foram dois dos vencedores da primeira edição destes Prémios, tendo recebido 50 mil euros com projetos de investigação na área oncológica. A III edição dos Prémios de Investigação Maratona da Saúde irá ser dedicada a doenças neurodegenerativas como o Alzeimer, Parkinson, Esclerose Múltipla, ELA, Doença dos Pezinhos, entre outras.
Por: UAlg