Bancos Alimentares Contra a Fome recolhem 1921 toneladas de alimentos

10:47 - 30/05/2016 NACIONAL
Os Bancos Alimentares Contra a Fome recolheram em Portugal no passado fim-de-semana um total de 1.921 toneladas de géneros alimentares na campanha realizada 2015 superfícies comerciais das zonas de Abrantes, Algarve, Aveiro, Beja, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Cova da Beira, Évora, Leiria-Fátima, Lisboa, Madeira, Oeste, Portalegre, Porto, S.Miguel, Santarém, Setúbal, Terceira, Viana do Castelo, Viseu.

A campanha, cujo lema foi “Partilhar sabe bem”, apelou à solidariedade, ao voluntariado e à união social, reforçando a importância do contributo e envolvimento de cada um, numa partilha com os que têm mais necessidades, retomando um dos valores do Banco Alimentar e estabelecendo uma analogia com a partilha nas redes socias.

Mais de 40 mil voluntários de todas as idades e com convicções diversas, mas aqui unidos por uma causa, disponibilizaram algum do seu tempo durante o fim de semana para participar na campanha de recolha. Tarefas como a recolha nos estabelecimentos comerciais, o transporte, a pesagem e a separação dos produtos, foram integralmente asseguradas por voluntários, confirmando assim a adesão entusiástica ao projeto do Banco Alimentar Contra a Fome.

Os géneros alimentares recolhidos serão posteriormente distribuídos por um total de 2.360 Instituições de Solidariedade Social a mais de 436 mil pessoas com carências alimentares comprovadas.

As campanhas são extraordinárias cadeias de solidariedade onde cada elo – pessoas que colocam os seus donativos nos sacos do Banco Alimentar, voluntários que dão o seu tempo e trabalho e empresas que garantem seguros, transportes, refeições, segurança, limpeza – é indispensável e igualmente importante.

Campanhas “Ajuda Vale” e online

A campanha deste fim-de-semana marcou também o inicio da campanha “Ajuda Vale”, modalidade de recolha de alimentos mais flexível e também adaptada a estabelecimentos de menor dimensão em que por razões de espaço é difícil a presença de voluntários, que se prolongará ainda até 5 de Junho em todas as lojas das cadeias Continente, Dia/Minipreço, El Corte Inglês, Jumbo/Pão de Açúcar, Lidl, Makro e  Pingo Doce, assim como nos postos da GALP e BP. A Campanha-Vale permite a recolha de alimentos através de uma abordagem em que permanece ao critério do cidadão a escolha dos produtos que pretende destinar ao Banco Alimentar Contra a Fome, embora a restante logística seja assegurada pelo próprio estabelecimento. Cada cupão, para além de mencionar que se trata de uma entrega destinada aos Bancos Alimentares Contra a Fome, refere de forma clara a identificação do tipo de produto, da unidade e do correspondente código de barras, através do qual é efetuado o controlo das dádivas. Ao efetuar o pagamento, o dador entrega o cupão “Ajuda Vale” na caixa registadora. A logística de recolha e transporte para os Bancos Alimentares Contra a Fome fica a cargo da cadeia de distribuição aderente. As doações são auditadas por uma empresa externa especializada.

Ao longo da próxima semana, até 5 de Junho igualmente, haverá ainda a possibilidade de contribuir para os Bancos Alimentares Contra a Fome on line, no site www.alimentestaideia.neta plataforma de recolha de alimentos na Internet. Para além da comodidade na medida em que evita a deslocação tradicional aos estabelecimentos comerciais, a nova plataforma, que se caracteriza por uma grande simplicidade, permite comprar on line, ao mais baixo preço do mercado, um conjunto de 6 produtos alimentares essenciais para ajuda às famílias. O pagamento é feito por Multibanco ou Visa, tal como com qualquer outro pagamento de serviços ou compra online. Uma mais-valia da plataforma eletrónica de recolha de alimentos consiste na sua integração às principais redes sociais e móveis como o Facebook e o Instagram.

Dados relativos à actividade

A atividade dos Bancos Alimentares Contra a Fome prolonga-se ao longo de todo o ano. Para além das campanhas de recolha de géneros alimentares, organizadas duas vezes por ano nas grandes superfícies comerciais, os Bancos Alimentares Contra a Fome recolhem doações regulares de géneros alimentares efetuadas pelas empresas, correspondendo, em regra, a excedentes de produção dos sectores agrícola, industrial e comercial ligados ao ramo alimentar que, de outro modo, teriam como destino a destruição. Estes excedentes são recolhidos localmente e a nível nacional no estrito respeito pelas normas de higiene e de segurança alimentar.

Os Bancos Alimentares Contra a Fome distribuem os géneros alimentares recorrendo a Instituições de Solidariedade Social por si certificadas como estando em condições de avaliarem in loco a real situação de carência alimentar das pessoas objeto da sua assistência e de lhes darem o destino adequado. Deste modo, para além de combaterem de forma eficaz as carências alimentares, os Bancos Alimentares Contra a Fome lutam contra uma lógica de desperdício, apanágio das sociedades atuais.

Em 2015, os 21 Bancos Alimentares Contra a Fome operacionais distribuíram um total de 27.878 mil toneladas de alimentos (um valor global estimado superior a 39 milhões de euros), ou seja, um movimento médio por dia útil de 112 toneladas. A atividade dos Bancos norteia-se pelo princípio genérico da “recolha local, ajuda local”, aproximando os dadores dos beneficiários e permitindo uma proximidade entre quem dá e quem recebe.

A atividade dos Bancos Alimentares possibilita o encontro entre voluntários e instituições beneficiárias, por um lado, e entre fornecedores da indústria agro-alimentar, empresas de serviços, poderes públicos e o público em geral, em especial durante os fins de semana das campanhas de recolha, em que todos trabalham lado a lado por uma causa comum: a luta contra a fome. Graças às parcerias estabelecidas entre todos estes intervenientes, a ajuda alimentar é em muitos casos uma alavanca para a inserção social para as pessoas necessitadas.

Fomentar o acompanhamento individual e a inserção social

Os Bancos Alimentares Contra a Fome distribuem, ao longo de todo o ano, os géneros alimentares recorrendo a Instituições de Solidariedade Social por si selecionadas e acompanhadas em permanência. Incentivam as visitas domiciliárias, o desenvolvimento de formas diferentes de acolhimento das pessoas carenciadas pelas instituições apoiadas e o acompanhamento muito próximo e individualizado de cada pessoa ou família necessitada por estas instituições, de forma a ser possível efetuar, em simultâneo, um verdadeiro trabalho de inclusão social.

Para além disso, procuram obter ao longo do ano produtos diversificados, nomeadamente fruta e legumes por forma a concretizar uma ajuda alimentar de qualidade, por via de um melhor equilíbrio nutricional dos produtos distribuídos.

25 Anos a levar comida a quem mais precisa

Em 1991, nasceu em Portugal o primeiro Banco Alimentar Contra a Fome seguindo o modelo dos “Food Banks” norte americanos, à altura já implantado na Europa, em França e na Bélgica. Estão atualmente em atividade no território nacional 21 Bancos Alimentares congregados na Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares, com o objetivo comum de ajudar as pessoas carenciadas, pela doação e partilha, a restaurar a sua dignidade.

Existem hoje 278 Bancos Alimentares operacionais na Europa, que em 2015 distribuíram 411.000 toneladas de produtos, equivalentes a 2,25 milhões de refeições por dia) a 5,9 milhões de pessoas, através de 33.800 associações parceiras.

 

 

Por: Banco Alimentar