Áreas tradicionais, com inovação, devem servir o desenvolvimento
O ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional defendeu hoje, no Algarve, que a valorização económica dos territórios de baixa de densidade deve ser feita com recurso a áreas tradicionais, que acrescentem valor e inovação.
No final de uma visita a uma empresa de construção naval em Vila Real de Santo António, depois de ter também visitado um projeto de energia solar em Alcoutim, Miguel Poiares Maduro afirmou que o objetivo da deslocação de hoje ao Algarve “é sinalizar algumas opções estratégicas do Governo para a valorização e promoção do desenvolvimento económico e social nos territórios de baixa densidade”.
“Temos ao longo de décadas assistido a uma crescente assimetria de desenvolvimento no nosso território, perda de desenvolvimento económico e social, sobretudo em territórios de baixa densidade. E isso aconteceu mesmo num contexto em que tivemos um aumento muito grande, por exemplo, ao nível das infraestruturas e dos equipamentos públicos, onde estamos em muitas áreas acima da média europeia”, afirmou o governante.
Miguel Poiares Maduro considerou que, para “recuperar” dessas assimetrias, promover o desenvolvimento económico e social e “reter e atrair pessoas”, deve haver uma “valorização económica a partir dos recursos que existem nesses territórios”.
Em Vila Real de Santo António, o governante destacou a indústria naval, que disse ser “uma indústria tradicional” com “massa crítica, conhecimento e pessoas que trabalham tradicionalmente nessa área”, mas que tem de se “adaptar às exigências de um mercado novo”.
Poiares Maduro frisou que hoje a construção naval não se pode fixar só na pesca e tem que se virar para “outro tipo de embarcações, como o transporte de passageiros na área do turismo, que é uma área na qual esta empresa [Nautiber] se transformou e se especializou, e está a ter sucesso, não só no mercado português mas para o mercado de exportação”.
“Partindo sempre de recursos humanos que já existem, recursos naturais, de atividades tradicionais, acrescentando valor, com conhecimento, com inovação e capacidade nova de comercializar e vender esses produtos. E é para estas áreas que vamos apoiar e dirigir fortemente os próximos fundos europeus”, acrescentou, referindo-se também à energia solar e à produção de plantas aromáticas, projetos que visitou antes em Alcoutim.
Desta forma, segundo Poiares Maduro, Portugal vai conseguir “gerar competitividade e a internacionalização da nossa economia”.
O próximo quadro comunitário vai ser de “extrema importância” para alcançar estes objetivos e o Governo pretende, ainda segundo o ministro, utilizar esses fundos “para a transformação competitiva da economia”.
“Vamos contratualizar resultados e os financiamentos vão estar dependentes dos resultados”, adiantou o governante, frisando que vão ser “apoios reembolsáveis”, embora “a taxas de juro muito baixas”, enquanto os apoios na área da formação profissional irão “estar dependentes da taxa de empregabilidade, pagando de acordo com o emprego que as pessoas [formadas] possam obter”.
Por: Lusa