Novos Títulos da editora Sul, Sol e Sal

08:00 - 17/06/2016 OLHÃO
Na continuação do seu programa editorial a Sul, Sol e Sal acaba de publicar Francisco Fernandes Lopes: Historiador do Algarve, de Andreia Fidalgo. A primeira apresentação pública será no próximo dia 18, às 18.30, na Feira do Livro de Olhão.

O outro título que integrar o catálogo da editora, desde o dia 15, é um dos livros mais importantes de António Rosa Mendes Olhão Fez-se a Si Próprio, uma reedição que se impõe tanto pela invocação de um nome maior da cultura algarvia e pela pertinência excecionalidade da obra.

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Farol um golfinho em apuros com texto de Sofia Quaresma e ilustração de Bruno Pinto foi o primeiro livro da vertente infantil que a editora pretende desenvolver numa perspetiva ecológica e de respeito pelos valores da natureza em torno de elementos da identidade regional.

Evolução Urbana de Olhão, da investigadora Sandra Romba, veio questionar o velho lugar comum da “Vila Cubista” e inaugurou um conjunto de estudos que farão o exame da evolução urbana de várias cidades algarvias.

Francisco Fernandes Lopes: Historiador do Algarve

O livro de Andreia Fidalgo que Sul, Sol e Sal propõem ao público é um contributo significativo nos estudos ainda incipientes sobre Francisco Fernandes Lopes, uma das figuras mais interessantes do quadro cultura português da primeira metade do século XX. Intelectual  multifacetado  e  interessado  nas  mais diversas  áreas do saber nasceu em Olhão em 1884, cidade onde viria a falecer corria o ano de 1964 desenvolvendo uma atividade intelectual que extravasou largamente o âmbito local e regional.

Com este estudo Andreia Fidalgo procura entender a  vida  e a  obra  de  Francisco Fernandes  Lopes  através  de  uma  análise  concertada  do  seu  percurso  de  vida,  dos  seus principais interesses e da sua atividade cultural e intelectual. Neste âmbito, é essencial ter em consideração que a vida  de Fernandes Lopes se desenrolou mormente em Olhão, vila algarvia singular  devido  ao  seu  panorama  arquitetónico  único  de  açoteias,  e  que  ele  tanto  se empenhou  em  divulgar.

No que respeita à faceta de historiador a autora analisa com particular interesse a produção historiográfica dedicada ao Infante D. Henrique e à sua relação com o Algarve. É de sublinhar que a temática henriquina foi a que mais ocupou Francisco Fernandes Lopes  entre as décadas de 30 a 60 do século XX.

Olhão Fez-se a Si Próprio

Por motivos já de si, já da sua circunstância, António Rosa Mendes alcançou em Olhão fez-se a si próprio, o sentido do todo que poucas obras podem reivindicar.

Na obra que a Sul, Sol e Sal toma a responsabilidade de reeditar, o eminente historiador, teve a capacidade ímpar de perceber a essência de um lugar nas suas múltiplas dimensões. De interpretar como ninguém as características que individualizam o território e estabelecem os traços identitários das suas gentes.

Apoiado em fontes históricas e num conhecimento das vivências quotidianas da cidade, que não será despiciente arredar do juízo sobre a ação e o pensar coletivo da comunidade, o autor ousou neste estudo, como em nenhum outro até ao momento, enfatizar o papel do povo como agente e motor do seu próprio destino. Posição que afrontou o discurso até então estabelecido e se consubstanciou numa narrativa que se demarca na interpretação dos factos e das causas que determinaram a génese e a emancipação de Olhão relativamente a Faro. Cidade de onde saíram os primeiros pescadores que, pelos inícios de 1600, e se «transladaram para leste, assentando junto ao poço». 

Com este título António Rosa Mendes atingiu a alma de Olhão, definiu-lhe um caráter e estabeleceu-lhe uma fisionomia. Congregou nele todas as faculdades do intelectual rigoroso e habilitado com as ferramentas próprias do seu ofício e uma mundividência muito sua de académico nos antípodas do investigador enclausurado em arquivos e bibliotecas.

Razões em tudo suficientes para que a Sul, Sol e Sal voltar a fazer justiça a um livro que marca decisivamente a historiografia olhanense e a própria obra de António Rosa Mendes.

Com estes dois títulos a Sul, Sol e Sal pretende afirmar-se no quadro do conhecimento da história e da cultura algarvia tendo na memória um eixo fundamental para a reflexão e para a construção dos desígnios futuros da região.

 

Por: Sul Sol e Sal