Realizou-se no dia 27 de julho, na Escola Superior de Saúde da Universidade do Algarve, uma sessão de informação sobre a vigilância de vetores e a prevenção das doenças transmitidas por mosquitos, carraças e flebótomos,
organizada pela Administração Regional de Saúde do Algarve, em parceria com o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, com o objetivo sensibilizar os operadores turísticos, autarcas e outras entidades e envolvê-los nesta problemática que requer uma solução intersectorial.
Na sua intervenção, o Presidente do Conselho Diretivo da ARS Algarve, Dr. João Moura Reis, destacou o «excelente trabalho» desenvolvido no terreno ao longo dos anos pelo Departamento de Saúde Pública e Planeamento (DSPP) na área de vigilância e de prevenção de doenças transmitidas por artrópodes hematófagos (mosquitos, carraças e flebótomos) como, por exemplo, o vírus do Nilo que, em 2004, deu origem à criação de um programa regional intitulado «Vigilância do vetor do vírus West Nile no Algarve» e cuja experiência local, por sua vez, despoletou a criação da Rede Nacional de Vigilância de Vetores (REVIVE).
«O tema é sem a menor dúvida bastante atual e da maior relevância para assegurarmos, enquanto agentes de primeira linha, as melhores práticas em Saúde Pública no que diz respeito à prevenção», realçou, salientando o «papel fundamental» do REVIVE, no sentido de «assegurar um cada vez maior conhecimento das diversas espécies de vetores» e «contribuir para a adoção de práticas e estratégias preventivas» no que diz respeito à transmissão da febre da carraça e de Leishmaníase, entre outras infeções.
Por seu lado, o Presidente do Conselho Diretivo do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, Dr. Fernando Almeida, falou sobre a importância do trabalho desenvolvido entre o INSA e as instituições no terreno para «minimizar o que a natureza nos pode reservar» em termos de aparecimento de casos provocados por transmissão de doenças por vetores, assegurando que «tudo está a ser feito e a funcionar» em termos de articulação entre as entidades para enfrentar este «problema global».
A responsável pelo programa REVIVE, Dra. Maria João Alves informou que «30 por cento das doenças emergentes são transmitidas por vetores», tendo abordado a importância da vigilância, da prevenção atempada, da criação de planos de contingência e da disseminação de informação, passando este trabalho por «vigilância de casos de doença, vigilância de vetores e monitorização das alterações climáticas e ambientais» para encontrar repostas na ocorrência de surtos.
Explicando como o trabalho prático é efetuado no terreno em termos de vigilância e de monitorização regular no Aeroporto, nos portos marítimos e em pontos estratégicos ao longo da fronteira com a Andaluzia, com recurso a armadilhas e ovitraps, a Dra. Nélia Guerreiro do DSPP da ARS Algarve salientou que «o objetivo principal é controlar a população de mosquitos». No decorrer da sua apresentação, alertou, também, que a «densidade (o número de mosquitos) é um fator determinante para a transmissão de doenças», sendo que a luta anti-vetorial realizada em colaboração com as autarquias e ARH passa pelo «controlo físico e biológico» de criadouros, drenagem para evitar a acumulação de águas estagnadas que possam favorecer a eclosão de larvas de mosquitos, a «aplicação de larvicidas biológicos» ou «povoamento com predadores naturais de larvas» em zonas húmidas.
A sessão de informação e de sensibilização que teve como moderadora a Delegada de Saúde Regional do Algarve, Dra. Ana Cristina Guerreiro, contou ainda com a presença e a intervenção da Vice-presidente do Conselho Diretivo do Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais da Região Autónoma de Madeira, Dra. Ana Clara Silva, que falou sobre a «Experiência de um surto de Dengue: Os desafios de preparação e resposta», e da Chefe de Equipa da Unidade de Apoio à Autoridade de Saúde Nacional e à Gestão de Emergências em Saúde Pública da Direção Geral da Saúde, Dra. Cristina de Abreu dos Santos, que abordou a temática das «Emergências de Saúde Pública - Da preparação à resposta».
Por ARS Algarve