- Região está feliz, mas é urgente atacar a sazonalidade pela economia e emprego sustentável.
- Toda a solidariedade ao setor turístico da Madeira.
1.Depois de um ciclo de anos penosos que deixou muitas marcas,bons ventos externos e internos de conjuntura impulsionam recuperação do turismo algarvio, acertando o passo com o ritmo de crescimento do país. Isso traz felicidade à região e é bom para Portugal,mas sendo urgente encetar o caminho para a superação da sazonalidade. É de salientar que, na década 2006/15, enquanto o país aumentou as dormidas em cerca de 30% o Algarve ficou-se por 17% e em 2015 o país cresceu mais do dobro da região algarvia (6,7% contra 2,7%). Ao ritmo de crescimento atual, as dormidas no alojamento hoteleiro no Algarve podem atingir, ou mesmo ultrapassar, em 2016 os 19 milhões face aos 17 M de 2015, estimando-se que possam ir além dos 60 M para todo o tipo de alojamento( incluindo o hoteleiro). Entretanto, os portugueses estão este ano com niveis mais elevados de consumo e continuam a ser poucos os espanhóis no Algarve Central e no Barlavento.
Na sequência da análise profunda e propostas para o turismo feitas pela Associação empresarial Algfuturo- União pelo Futuro do Algarve, no PRESALG- PROGRAMA DE REFORMAS PARA A SUSTENTABILIDADE DO ALGARVE, dos dados agora publicados pelo INE, inquéritos e contactos com as áreas empresariais ligadas à economia turística,foi recolhida vasta informação sobre o 1º semestre, época alta em curso e resto do ano, que se sintetisa.
Salienta-se essa importante inversão, em que aquela que é de longe a maior região turistica de Portugal depois de muitos anos abaixo das tendências nacionais de subidas no que respeita ao alojamento hoteleiro, apurado o 1º semestre, nos hóspedes, dormidas e proveitos verifica-se que foi apanhada pela boa onda e até está ligeiramente acima nas taxas de subida homólogas.
No país em geral e Algarve em particular, foram e estão a ser fatores determinantes para estes resultados a conjuntura de crise e insegurança nos destinos concorrentes e o aumento de procura pelos portugueses a partir de 2014. Os anos de 2012 e 2013 foram de grande retração, que no caso do Algarve é bem aferido pelas quedas brutais na entradas rodoviárias e ferroviárias, com boas recuperações em 2014/15 e ainda melhor em 2016. Ainda para o Algarve são um fator positivo as novas ligações aéreas e muito negativo o estrangulamento pelas portagens afastando os espanhóis, em que não atingem sequer os 150.000 os veículos que passam no primeiro pórtico( só a população de Andaluzia é da ordem de 8,5 milhões).
Como a Associação Algfuturo tem demonstrado, são problemas de fundo para o turismo e 70% das empresas que no Algarve giram à sua volta, bem como para o emprego, as baixas taxas de ocupação e sazonalidade elevada, pelo que para além da conjuntura, mas aproveitando-a, a oportunidade é excelente para meter ombros às medidas estruturais que a União pelo Algarve tem apresentado. Sem isso nunca se alcançará a sustentabilidade da região, pesem os esforços dos empresários e outros agentes do setor, Autarquias, Região de Turismo e ATA, não conseguindo fazer milagres com os poucos meios ao seu dispor.
2.Neste balanço prospetivo, a Associação Algfuturo manifesta a suasolidariedade a todos os que no país foram afetados pelos incêndios, mas muito em particular à Madeira e seu setor turístico em que assenta o essencial da economia. Porque sentimos na pele o drama das crises por que já passámos,é fácil transpor e imaginar a enormidade das consequências com sofrimento e prejúizos, pelo que foi bem dado o apoio do Governo central e tudo o mais que se justificar.
Mais uma nota para a atenção a dar aos impactos do BREXIT no turismo algarvio e medidas. E, ainda, uma congratulação pelo Programa Cultural na época baixa, apesar da pequena verba e de não responder a um conjunto de medidas estruturadas que são condição de sucesso, mas que é um gesto positivo.
E como condição de base para a confiança e segurança no presente e futuro,pôr fim às ameaças de exploração de petróleo e gás natural.
Por Comissão Executiva da Associação Algfuturo