Música e neurociências: uma relação a desvendar

09:06 - 17/11/2016 SAÚDE
17º Congresso do Núcleo de Estudos da Doença Vascular Cerebral | 18 e 19 de novembro

Nos próximos dias 18 e 19 de Novembro irá realizar-se, no Hotel Crowne Plaza, o 17º Congresso do Núcleo de Estudos da Doença Vascular da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna. Um dos temas debatidos será “A Música e as Neurociências”, com o Dr. Barros Veloso como conferencista.

Para o especialista em medicina interna a natureza foi pouco democrática na distribuição das aptidões musicais mas, pelo contrário, muito generosa na capacidade que deu às pessoas de se emocionarem com a música. Quem é que não vibra com uma boa peça musical?

Mas como é que a música se relaciona com as nossas estruturas neurológicas? Sabe-se que a música tem um efeito terapêutico limitado que tem sido ensaiado sobretudo em situações neurológicas relacionadas com atrasos de linguagem na criança e em problemas de movimento como o parkinsonismo, a ataxia e em certas paresias. Também se sabe que certas músicas têm efeito calmante e podem até aliviar a dor.

O problema, contudo, é mais vasto. Como é que o nosso cérebro consegue captar centenas de melodias, memorizá-las, reproduzi-las quando quer e, algumas vezes, até criar novas melodias e harmonias?

Sabemos muito pouco sobre o funcionamento do nosso cérebro, mas começamos agora a desvendar alguns dos seus mistérios através das neurociências. Como noutras atividades, também na música utilizamos fundamentalmente dois métodos: a análise do efeito das doenças e lesões neurológicas sobre as capacidades musicais e os conhecimentos adquiridos pelo estudo dos neurotransmissores e, sobretudo, pelas ciências de imagem que permitem registar a ativação de certas áreas encefálicas pela ação de estímulos.

A música é um fenómeno complexo composto por melodia, harmonia, ritmo, timbre, intensidade e sintaxe. Captar, descodificar, processar e reconstituir tudo isto, é um fenómeno que só o cérebro é capaz de realizar. Mas porque é que há músicas irritantes, calmantes, tristes, alegres ou empolgantes? Porque é que nos trazem à memória recordações do passado? Porque é que há sons harmónicos e outros dissonantes?

Aqui estão inúmeros enigmas e desafios que as neurociências começam agora a tentar explicar.

 

Por Guess What