Verdades sobre o Conselho Municipal de Juventude após 1600 dias de atividade mas apenas 1 dia após a 10ª reunião ordinária deste órgão

20:59 - 26/11/2016 OPINIÃO
A seriedade na política exige a confrontação direta com a realidade. Uns escondem-se quando a realidade choca com a sua vontade e outros emergem quando o seu lado ganha vantagem em determinado momento.

Ontem, dia 24 de novembro de 2016, reuniu novamente o Conselho Municipal de Juventude de Portimão. Boas notícias!

Recordo, para facilitar o raciocínio, que a 1ª reunião ordinária do Conselho Municipal de Juventude de Portimão decorreu a 20 de julho de 2012. Cerca de 1600 dias de atividade à data de hoje e passados sensivelmente 54 meses, deveríamos ir, só em reuniões ordinárias, na 18ª sessão de debate entre jovens do nosso concelho. Ontem, após apenas a 10ª reunião, rejubilaram publicamente alguns com a realização de tamanha simplicidade, uma mera obrigação estatutária que recorrentemente têm vindo a falhar neste mandato autárquico.

Naturalmente, enquanto um dos afortunados que esteve na origem, implementação e 1ª reunião deste importante órgão consultivo da Câmara Municipal de Portimão, mas principalmente por ser um simples jovem portimonense, saúdo e manifesto a minha satisfação pelo regresso destas importantes audiências de juventude local, não vinculativas, sobre matérias e políticas de juventude para a nossa terra.

Após felicitar, recordar mais alguns dados aos esquecidos: A última reunião com quórum decorreu há mais de dois anos, a 14 de fevereiro de 2014. Posteriormente houve nova tentativa, que acabou por realizar-se informalmente por ausência de quórum, a 16 de abril.

Para ser simpático, contarei a última mesmo que essa já não conte para jogo. Assim sendo, 16 de abril de 2014. Ontem, na 10ª reunião ordinária desde a sua implementação, fez 951 dias desde essa já esquecida 9ª reunião…

Pelo regulamento, cada reunião deveria ocorrer a cada 90 dias sendo convocado pela Sra. Presidente de Câmara que é, legalmente e estatutariamente, a Presidente do Conselho Municipal de Juventude. Em 951 dias de ausência, é fazer as contas da falha de quem Preside este Conselho Consultivo.

Para ser mais preciso, aponto mais factos e apenas sobre quem tem responsabilidade política atual e não quem já não pode contribuir para este peditório.

Neste mandato autárquico, em perto de 3 anos de mandato, o mínimo estatutário era termos assistido a 12 reuniões ordinárias deste órgão. Assistimos a 2. Palavras para quê?

Porventura, dirão que a culpa é dos jovens. Que quem tem culpa são os poucos que participam. Que os causadores deste incumprimento são todos aqueles que dirigem associações, clubes, organizações políticas e representam partidos políticos porque não se mobilizaram.

Discordo total e frontalmente.

É fácil sacudir a água do capote mas a história democrática diz que quem lidera sempre assumiu as suas responsabilidades mesmo quando falhou. Mas que, acima de tudo, quem lidera dá o exemplo e, nesse campo, não houve nenhuma demonstração de vontade em potenciar o Conselho Municipal de Juventude por parte do executivo socialista de Portimão.

Quem não deve, não teme.

No entanto, o que mais me importa é que perto de finais de fevereiro esteja prestes a decorrer (pelo menos) a 11ª reunião ordinária do Conselho Municipal de Juventude de Portimão.

Votos de um bom regresso de debates sobre juventude, a bem dos jovens e com (ou sem) autárquicas pelo caminho.

 

 

Carlos Gouveia Martins,

Portimão, 25 de novembro de 2016

 

Acta da 1ª reunião ordinária