O Grupo Parlamentar do CDS-PP quer ouvir, na Comissão Parlamentar de Saúde, com caráter de urgência, os diretores demissionários do Centro Hospitalar do Algarve.
O pedido do CDS-PP surge após notícias que dão conta de, na passada semana, a subdiretora clínica e quatro diretores de departamento do Centro Hospitalar do Algarve (CHA) terem apresentado a sua demissão, alegadamente por “falta de condições para continuar”, uma vez que se têm deparado com dificuldades que “têm condicionado a quantidade e a qualidade da assistência”.
O CDS-PP tem vindo a demonstrar e a reafirmar as suas profundas preocupações relativamente ao CHA tendo, inclusivamente, já questionado o Ministro da Saúde, por diversas vezes, na Comissão Parlamentar de Saúde.
No entanto, e apesar das promessas do Ministro, os problemas com que se depara o CHA parecem longe do fim, o que fica comprovado com estes pedidos de demissão.
Acresce que não terá sido, ainda, tomada nenhuma decisão relativamente ao modelo do CHA, decisão essa que estava a aguardar um estudo da ARS Algarve e que deveria ser tomada em breve.
Mais ainda, a construção do Hospital Central do Algarve terá sido, segundo o Governo, adiada para a próxima Legislatura, não constituindo, assim, uma prioridade.
O CDS-PP admite ter conhecimento que foi anunciado um investimento de 19 milhões de euros até 2019. No entanto, há muitos problemas que precisam de resolução urgente e o agravamento da situação no CHA preocupa o CDS-PP, tornando-se essencial saber detalhadamente no que consistem as dificuldades com que os profissionais se deparam e o seu impacto na assistência prestada aos utentes.
Neste sentido, o CDS-PP requereu uma audição, com carácter de urgência, na Comissão Parlamentar de Saúde, com os diretores demissionários do Centro Hospitalar do Algarve, com o objetivo de explicarem na Assembleia da República os problemas com que se têm deparado, os motivos dos seus pedidos de demissão e o impacto dos problemas do CHA na prestação de cuidados de saúde aos utentes.
Serviço de Urgência do Hospital de Portimão
Também de acordo com notícias vindas a público, esta semana tem-se registado um enorme aumento dos tempos de espera no Serviço de Urgência do Hospital de Portimão, que chegarão a atingir as 16 horas para doentes urgentes, o que estará a deixar o Serviço à beira da rutura.
Segundo declarações públicas do diretor do Serviço, este aumento dos tempos de espera deve-se, por um lado, à maior afluência que se regista nesta altura do ano devido à gripe; deve-se ao facto de os Cuidados de Saúde Primários da região não darem resposta a casos menos urgentes, fazendo com que as pessoas se dirijam, assim, ao Hospital; e deve-se ao facto de três médicos terem adoecido, o que perturbou o normal funcionamento da escala do Serviço de Urgência.
Os deputados do CDS-PP Teresa Caeiro, eleita por Faro, Isabel Galriça Neto, Álvaro Castello-Branco e Patrícia Fonseca querem saber se a tutela confirma que os tempos de espera no Serviço de Urgência do Hospital de Portimão têm atingido as 16 horas, para doentes urgentes, e por que motivo o Ministro não dotou, ainda, os Cuidados de Saúde Primários da região dos meios necessários para evitar que as pessoas se dirijam desnecessariamente ao Hospital.
Que medidas pretende a tutela tomar para que, quando faltam médicos, a escala do Serviço de Urgência possa ser imediatamente assegurada e que medidas pretende tomar, de imediato, para acautelar e garantir a qualidade da prestação de cuidados de saúde neste Hospital, que está manifestamente ameaçada, são outras duas questões colocadas pelos deputados do CDS-PP ao Ministro da Saúde.
Há muito tempo que o CDS-PP tem vindo a alertar para a falta de condições adequadas do Hospital de Portimão e que têm de ser urgentemente acauteladas as questões relativas à gestão organizativa deste Hospital, bem como à gestão dos seus recursos humanos.
Acresce que é urgente que se tomem medidas, também, relativamente aos Cuidados de Saúde Primários da região do Algarve, por forma a que os utentes que não são urgentes possam ter resposta adequada à sua situação, sem ter que se dirigir, desnecessariamente, às urgências do Hospital.
O CDS-PP entende que o Ministro da Saúde tem o dever de tomar as medidas necessárias para acautelar uma eficaz e atempada prestação de cuidados de saúde no Algarve, medidas essas que têm sido prometidas mas que, até à data, não se vislumbram.
Por: CDS- PP