A coordenadora autárquica do Partido Socialista (PS) disse hoje que a indicação do candidato à Câmara de Vila do Bispo, no Algarve, que provocou a demissão dos membros da concelhia, seguiu as orientações aprovadas pelos órgãos do partido.
"Estamos a seguir uma orientação aprovada em congresso e por todos os órgãos do partido socialista", disse à agência Lusa a coordenadora autárquica nacional do PS, Maria da Luz Rosinha.
O presidente demissionário da comissão política concelhia socialista de Vila do Bispo, Nuno Amado, disse hoje à Lusa que "todos os membros da concelhia se demitiram, por discordarem da imposição" da comissão nacional na escolha do candidato às eleições autárquicas.
Segundo Nuno Amado, a demissão dos 24 elementos da estrutura local vem na sequência da decisão do partido "em impor Adelino Soares [a quem a concelhia retirou a confiança política em 2014] como candidato às próximas eleições autárquicas, depois de inicialmente ter dado indicações à estrutura local para liderar o processo".
A coordenadora autárquica nacional do PS adiantou à Lusa que ainda não tem conhecimento oficial da demissão da estrutura política concelhia do PS/Vila do Bispo e que o candidato à câmara local "foi indicado depois de ter sido aprovada uma orientação por todos os órgãos nacionais do partido" em fazer recandidatar todos os atuais presidentes de câmara.
Maria da Luz Rosinha disse ainda que, "durante mais de um ano, decorreu um processo para que a concelhia e o atual presidente da câmara chegassem a uma linha de consenso e de entendimento, mas que tal não se verificou".
A mesma responsável acrescentou que para o PS existem dois interesses superiores: "o projeto do partido para o poder local e o interesse das populações servidas pelos seus autarcas".
A demissão dos 24 elementos da comissão política local dos socialistas cria um vazio em todas as instituições públicas municipais porque, com a sua passagem a independentes, deixam o PS sem representantes nas juntas de freguesia de Budens, Vila do Bispo e Raposeira, perdendo a maioria na Câmara Municipal e ficando praticamente sem membros na Assembleia Municipal.
Por: Lusa