por Luís Pina | aragaopina59@gmail.com

Um muro de lamentações tem-se erguido em trono de líderes, emergentes ou eminentes, que supostamente ameaçam a paz e os equilíbrios globais e uma certa ordem de valores estabelecida. Não querendo enveredar por considerações necessariamente redundantes, longe de mim, porém, o intuito de esboçar qualquer simpatia por enormidades ultimamente anunciadas, nomeadamente pela nova administração norte-americana, incompatíveis aliás com princípios universalmente reconhecidos e consagrados no plano dos Direitos Humanos. Em tal contexto, e quando se anunciam novos muros e severas restrições, gostaria de chamar a atenção para outro tipo de barreiras de que, paradoxalmente, se fala muito e se reflete muito pouco na sua real dimensão e alcance: Trata-se desses muros ideológicos, na maioria erguidos na sequência de guerras e revoluções de um passado já distante que, e sem desprimor da importância histórica que assumiram, já pouco ou nada refletem nos tempos atuais. Demarcando áreas de referência geopolítica, ou político-ideológicas, tais muros como que manietaram as mentes e os pensamentos de uma sociedade que há muito deveria ter evoluído para outros níveis conceptuais muito mais inclusivos, ou soluções alternativas não sujeitas à aparente inevitabilidade desse conjunto fechado que oscila da direita para a esquerda, vice-versa… e vice-versa! Sim porque, tais muros radicalizam, dividem, excluem e discriminam quando, ao mesmo tempo, se erguem bandeiras e vozes em coro pelos valores da inclusão, da solidariedade, da pacificação e do consenso. Poucas injustiças haverá maiores do que a estigmatização das pessoas em função do seu posicionamento à esquerda ou à direita! Os resultados, bem à vista, não podiam ser piores! Na verdade só mesmo um homem novo, dotado de um admirável e liberto espírito inovador logrará promover o derrube de tais muros a bem da construção de vias estruturantes para um futuro melhor.