por Fábio Bota | f.s.bota@gmail.com

Nesta nova era Global em que vivemos, onde quase todos os recursos económicos estão esgotados é imperial abrir novas portas, criando novos desafios, que permitam um desenvolvimento melhor e sustentado.

No Concelho de Loulé também deve existir uma alteração no paradigma económico, apostando em novas vertentes! O turismo do nosso Concelho é a nossa principal marca, mas precisamos de aliar a esta vertente, uma outra que não sofra com a sazonalidade tão característica do Algarve.

Ao longo dos anteriores executivos camarários, as infra estruturas desportivas sempre foram uma preocupação, tendo sido dada resposta às necessidades dos clubes desportivos existentes no nosso Concelho, como foi o caso, entre outros, do gimnodesportivo de Loulé, das piscinas municipais de Quarteira, do melhoramento de inúmeros campos de futebol.

No entanto, nenhuma política desportiva esteve subjacente a estas melhorias, nunca se pensou no desporto enquanto potencialidade económica!

Vejamos o caso da cidade de Loulé, mais precisamente na Freguesia de São Clemente. Junto ao parque municipal, temos num pequeno raio, um campo de rugby, campos de ténis, campo de futsal, um complexo de piscinas municipais de fazer inveja a qualquer cidade, um pavilhão desportivo totalmente equipado e desde campos multiusos até campos de squash. Contudo, não existe na cidade, nem no Concelho, um centro de estágio, em que fosse possível receber equipas, com condições propícias para atletas e técnicos desenvolverem o seu trabalho. Perdemos todos os anos milhares de euros, que poderiam ficar no nosso Concelho, que poderiam dinamizar Loulé, aumentando sua visibilidade, tornando a nossa cidade uma referência internacional a nível desportivo, já que para além do clima, temos, também, as infraestruturas desportivas necessárias, faltando apenas uma visão, um projeto e um motor com a capacidade dinamizadora para o pôr em prática.

É urgente pensar o desporto no nosso Concelho. Em 2015, com o galardão de cidade europeia do desporto, perdemos uma grande oportunidade de divulgar internacionalmente a nossa terra, uma vez que a atual Câmara limitou-se a apoiar as atividades desportivas que já existiam, não dinamizando atividades de projeção nacional. Em 2016 apresentou-se como um compromisso com o desporto, coisa que é positiva se for verdadeiramente encarada como um compromisso! Se for apenas para apoiar financeiramente, não havendo, posteriormente, um trabalho de planeamento estratégico, essa verba, a longo prazo, será um investimento perdido.

Já que tanto se fala agora nas energias renováveis, porque não apetrechar a nossa piscina de 50 metros com painéis solares de forma a que se torne na única piscina olímpica aquecida abaixo do Tejo, operacional para treinos e eventos durante todo o ano! Seria uma excelente forma de cativar equipas do norte da Europa, que em vez de irem para a vizinha Espanha, poderiam escolher o Algarve, mais precisamente Loulé para os seus estágios.

Tudo isto se pode repercutir no nosso comércio local, na nossa hotelaria, na nossa restauração, pois todos temos consciência de que não são suficientes as ações dinamizadas pela autarquia.

Estas equipas não trazem apenas atletas e corpo técnico, mas também familiares e amigos.

Deixaríamos de ter uma cidade fantasma ao domingo, para ter uma verdadeira cidade europeia do desporto que iria transpirar juventude e dinamismo!