Duas péssimas notícias para o Algarve | EN125 por concluir, CHUA por ver a luz do dia

14:12 - 06/07/2017 POLÍTICA
Governo falhou rotundamente com a região

Ao longo dos últimos meses, o Governo assumiu dois compromissos solenes com os algarvios. Compromissos esses que membros do Governo reiteraram em inúmeras visitas à região e que estariam impreterivelmente cumpridos até 30 de junho.

O primeiro, o de assegurar a conclusão da requalificação da EN-125 entre Vila do Bispo e Olhão. O segundo, o de transformar o Centro Hospital do Algarve em Centro Hospitalar Universitário do Algarve, por inclusão do Centro de Medicina Física de Reabilitação do Sul (S. Brás do Alportel) e reforço da parceria com a Universidade do Algarve.

Nem um nem outro se encontram cumpridos, longe disso.

A requalificação da EN -125 tem sido um tormento para os cidadãos. Obras mal planeadas, sem trabalhos noturnos, mal sinalizadas e com muitas insuficiências. Ainda hoje continuam em alguns pontos, pois até a sua suspensão foi mal ponderada e assim não poderiam ficar mesmo entrando pelo Verão adentro. Noutros, fica simplesmente por concluir. As obras têm sempre constrangimentos, mas neste caso nada se fez para os minimizar. Relembre-se, a este respeito, que por duas ocasiões vi chumbados projetos de que fui autor na Assembleia da República a solicitar que, face ao volume de obra, se suspendessem a aplicação de portagens nos troços da A22 correspondentes aos da EN 125 alvo de intervenção.

A proposta foi chumbada por aqueles que se dizem a favor da abolição das portagens, mas nada fizeram a esse respeito. Importa também recordar que as obras não estão concluídas por opção deliberada do Governo, pois entre Junho de 2016 e Janeiro deste ano as obras estiveram suspensas.

Teria sido possível com um prazo mais longo reduzir os sacrifícios dos algarvios. Não foi esse o entendimento.

No que se refere ao Centro Hospitalar do Algarve, nada feito. Enquanto o Centro Hospitalar Universitário do Algarve não vir a luz do dia, o CMR SUL continuará em sub-aproveitamento, com camas fechadas, listas de espera e degradação inevitável da instituição. Sem solução, portanto. O CHA está a funcionar sem dirigentes intermédios, ou seja, sem lideranças clínicas desde fevereiro, à beira do Verão, o que é uma situação inconcebível. Aliás, os dirigentes só serão nomeados com a criação do CHUA segundo o Governo. A par disso, os Serviços de Urgências Básica estão sem médicos para as escalas e os serviços não estão melhor, pelo contrário.

Entretanto, todos os indicadores se degradam, como tenho demonstrado e o Governo reconhece.

Tem que ser possível resolver estas questões. Não bastam as palavras, são precisos atos. É isso que vou continuar a exigir ao Governo.

 

Por: Cristóvão Norte