Implicações da doença renal no organismo

14:58 - 13/08/2014 SAÚDE
A Sociedade Portuguesa de Nefrologia alerta para as consequências da doença

A persistência de alterações estruturais ou da funcionalidade dos rins por um período superior a 3 meses não deve ser ignorada. O alerta é da Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN) que sublinha a importância do diagnóstico precoce para evitar outras complicações no organismo resultantes da doença renal.

A progressão da doença, um processo lento e silencioso, é responsável por diversas complicações que afetam quase todos os órgãos do ser humano. Entre as doenças mais comuns, associadas à doença renal, surgem a anemia, hipertensão, dislipidemia, osteopatia, desnutrição, neuropatia e doenças cardiovasculares.

De acordo com Fernando Nolasco, presidente da Sociedade Portuguesa de Nefrologia, “os sintomas associados às lesões causadas pela doença renal no organismo podem demorar algum tempo a manifestar-se, uma vez que a prevalência das mesmas aumenta de acordo com o estádio em que se encontra a doença”.

“Ainda assim, a anemia e a hipertensão são duas doenças que podem surgir numa fase inicial mas, por vezes, é excluída a possibilidade de relação destas patologias com a doença renal, o que faz com que, em muitos casos, o diagnóstico seja tardio”.

Outras implicações associadas à doença renal são também o “ enfarte ou o acidente vascular cerebral (AVC), dado que as alterações vasculares que surgem durante a evolução da insuficiência renal crónica podem induzir patologias isquémicas”, lembra Fernanda Carvalho, nefrologista e vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Nefrologia.

Em Portugal, estima-se que cerca de 800 mil pessoas sofram de doença renal crónica. A progressão da doença é muitas vezes silenciosa, o que leva o doente a recorrer ao médico tardiamente, já sem qualquer possibilidade de recuperação.

Todos os anos surgem mais de dois mil novos casos de doentes em falência renal. Em Portugal existem atualmente cerca de 16 mil doentes em tratamento substitutivo da função renal (cerca de 2/3 em diálise e 1/3 já transplantados), e cerca dois mil aguardam em lista de espera a possibilidade de um transplante renal.

 

Por LPM Comunicação