GUILHERME PEREIRA E A VERTICALIDADE

19:22 - 25/03/2018 OPINIÃO
por Luís José Pinguinha | Vice-presidente do Louletano | FUTEBOL | Acompanhando as jovens promessas do Louletano

Nome: Guilherme Ferreira Pereira

Ano nascimento: 2005 (3 fevereiro)

 

 

A geração de 2005 do Louletano DC tem enorme qualidade. Projetando-a para o futebol 11, o facto de possuir nas suas fileiras muitos jogadores acima da média vigente na região algarvia, vaticina um crescimento competitivo superior ao das suas congéneres. É que equipas que a época passada, ombreavam com os Louletano jogando Fut 7 e o fazem este ano jogando Fut 9 terão, prevemos nós, maiores dificuldades para o fazer em Futebol 11. A qualidade dos jogadores menos utilizados do Louletano é bastante elevada, pelo que a equipa não abanará, o nível da equipa manter-se-á, ou melhor, melhorará o que normalmente não acontece com equipas que apostam forte num 7 ou 9 base, descurando um pouco os restantes atletas dado haver grande desnível entre uns e os outros. Pode-se, assim, concluir que esta qualidade globalmente alargada é, para além do nível dos jogadores, também o resultado da boa gestão dos recursos humanos disponíveis efetuada, ao longo dos últimos anos, pelos treinadores do escalão.

Um dos jogadores que integra o grupo é Guilherme Pereira. Utilizado esta época sobretudo a médio, alinhando na zona nevrálgica do terreno, Guilherme, bom no jogo aéreo, sobretudo defensivamente, ganha muito volume de jogo, anulando as investidas dos adversários e empurrando a equipa para ações ofensivas. A temporizar, segurando a bola, escondendo-a dos opositores também Guilherme o faz bastante bem. Assim como se destaca pela qualidade de passe – curto e à distância-, pelo drible largo e pela colocação do remate. O que faz Guilherme um jogador de uma utilidade extrema já que, quer a central, que a médio defensivo, quer a médio “box to box” cumpre extraordinariamente bem. E, no percurso da formação, alinhar a diversos lugares é extremamente proveitoso. Aprende-se a defender melhor, a superar a pressão (lateral, frontal e à retaguarda) e, sobretudo, a pensar mais rápido. É, no entanto, e a nosso ver, pelo drible em progressão, em crescendo de velocidade, pela disponibilidade física para possibilitar o futebol vertical que tão bem executa, conjugado com a facilidade com que realiza cruzamentos milimétricos, que Guilherme mais sobressai. Ou, dito de outra forma, jogando no centro do terreno Guilherme cumpre bem, mas a extrema proliferação de jogadores nessa zona do terreno, dando a ideia que está bloqueado numa gaiola, impossibilita-o de dar a tal verticalidade ao seu futebol, no fundo a sua imagem de marca e que, sem exagero, poderá catapultá-lo para se afirmar, se tiver disponibilidade mental para tal, como um dos melhores laterais direitos do futebol nacional, uma posição cada vez mais valorizada pelos decisivos desequilíbrios que pode criar.

Daí que, na última vez que o vimos atuar, nos tenhamos recordado de parte da letra da música “Passarinho cantou” do escritor de canções Ivan Lins:

“O passarinho cantou de dentro de uma gaiola, cantaria melhor se fosse do lado de fora”.