DANIEL FIGUEIREDO E O FUTEBOL EFICAZ

18:36 - 20/10/2018 OPINIÃO
por Luís José Pinguinha | Vice-presidente do Louletano | FUTEBOL | Acompanhando as jovens promessas do Louletano

Nome: Daniel Cristóvão Clemente Figueiredo

Ano nascimento: 2001 (1 maio)

 

Daniel Figueiredo é federado desde os oito anos, á época a idade mínima para tal. Não aceitava a Federação Portuguesa de Futebol inscrições de miúdos com idade inferior e a justificação que circulava prendia-se com a recusa das companhias seguradoras em integrarem esses jovens no seguro de grupo contratualizado por esta entidade. Tal obrigava a que fossem os próprios clubes, individualmente considerados, a celebrar acordos com seguradoras (estranhamente assim já se emitiam apólices), mas com valores quase proibitivos. Em boa hora resolveu a FPF o problema e, de há meia dúzia de anos a esta parte, um miúdo com quatro anos já pode ser oficialmente inscrito como jogador de futebol. Criou assim a FPF os escalões de Traquinas (dos 6 aos 8) e de Petizes (dos 4 aos 6). Na prática, tratou-se de uma medida administrativa que muitos benefícios trouxe ao futebol: resolveu o problema do seguro das crianças e originou um aumento brutal do número de jogadores federados, com as vantagens que estão acopladas: estatisticamente e, sobretudo, nos proveitos obtidos no Contrato Programa celebrado entre a FPF e o Governo. Mas isto são contas de outro rosário.

Daniel Figueiredo, Dani para os amigos, está, mesmo com o condicionalismo atrás referido, na sua décima época como futebolista federado, sempre no Louletano. É verdade lhe nunca foi apenso o rótulo de craque, como o é aos extremamente dotados tecnicamente. Mas, para quem acompanhou a sua carreira, uma particularidade foi visível a olho nu: o desempenho de Dani, a qualidade das suas exibições, cresceu de época para época. Ou, o que é o mesmo, a aplicação nos treinos, a vontade de aprender, o não desanimar nas situações adversas, deu os seus frutos.

Hoje, sendo ainda Júnior de 1º ano, integrado numa equipa que disputa o Campeonato Nacional da 2ª Divisão do escalão, Daniel Figueiredo já foi titular em vários jogos, fruto essencialmente do seu futebol útil, porque extremamente eficaz. Longilíneo, é forte no jogo aéreo, quer defensivo quer ofensivo, assumindo-se hoje como um central de marcação de excelência. Poderá sentir algumas dificuldades frente a equipas que jogam com dois avançados móveis, mas se o adversário alinhar com um ponta-de-lança mais fixo, Dani está na sua zona de conforto e supera bem os desafios que lhe são colocados. É, assim, um caso de crescente evolução, contínua, pelo que é justo realçar, por um lado, a dedicação do jogador e, por outro, o trabalho das equipas técnicas.

Concluindo, tendo partido atrás de muitos jogadores de 2001, Dani, no dia de hoje, assume-se como uma das mais-valias da sua geração. E, quando melhorar a capacidade de integração no processo ofensivo com a bola dominada, atingirá performances de níveis ainda mais elevados. Estamos certos que tal será uma realidade.