Gripe aumenta 100 vezes o risco de Pneumonia

11:19 - 25/09/2014 SAÚDE
Estima-se que a interação entre o vírus da gripe e o principal agente causador de pneumonias (pneumococo) aumente o risco de pneumonia pneumónica cerca de 100 vezes.

Apesar da pneumonia não ser sazonal, é na época de incidência da gripe que se regista o maior número de casos. A vacinação anti-pneumocócica é a melhor forma de prevenir a pneumonia, que em 2013 foi responsável pela morte de 23 pessoas por dia. 

«Embora não seja sazonal – há internamentos e mortes ao longo de todo o ano – há uma maior incidência de casos de pneumonia nesta altura», explica Carlos Robalo Cordeiro, presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia. Estima-se que a interação entre o vírus da gripe e o principal agente causador de pneumonias aumente o risco de pneumonia pneumocócica cerca de 100 vezes.

O cenário é agravado pelo desconhecimento que a maioria dos Portugueses ainda demonstra sobre a doença. A maioria desconhece os sintomas da Pneumonia e poucos são os que sabem quais as formas de prevenção.

«Os quadros de pneumonia e gripe podem ser  parecidos e por isso, muitas vezes, confundidos, o que pode levar a um atraso na procura de ajuda médica, em caso de pneumonia. Quadros de gripe que não apresentem melhorias, ou que piorem progressivamente, devem ser alvo de atenção. A deteção precoce da pneumonia pode significar a diferença entre perder ou salvar uma vida, no entanto, a prevenção continua a ser a melhor solução.», continua.

A pneumonia é uma doença com consequências graves para o doente, elevados custos para a sociedade, e uma das principais causas de morte preveníveis através de vacinação. «A vacinação pneumocócica é a melhor forma de prevenir a pneumonia e está indicada, na União Europeia, para todas as pessoas a partir das 6 semanas de vidas. Está especialmente aconselhada na população mais vulnerável: crianças, idosos e grupos de risco», acrescenta o presidente da SPP.

A infeção por Streptococcus pneumoniae (pneumococo) é uma causa comum de morbilidade e mortalidade. As crianças e os adultos a partir dos 50 anos, são os mais vulneráveis à doença pneumocócica, bem como grupos de risco, que incluem pessoas com doenças crónicas associadas como a diabetes, doenças respiratórias ou cardíacas, e que tenham hábitos como o alcoolismo e ou o tabagismo.

 

Sintomas e fatores de risco

Tosse com expetoração, febre, calafrios, falta de ar, dor no peito quando se inspira fundo, vómitos, perda de apetite e dores no corpo são alguns dos sintomas da pneumonia, que pode surgir, entre outros, como complicação de uma gripe. Devemos estar particularmente atentos a quadros de gripe que não apresentem melhorias, ou que vão piorando de forma continuada.

 

Portugueses pouco esclarecidos relativamente a Pneumonia e Prevenção

A maioria dos Portugueses não conhece os sintomas da Pneumonia e poucos são os que sabem quais as formas de prevenção. Segundo os resultados de um questionário realizado pela SPP no final do ano passado, apenas 5,4% dos inquiridos estão vacinados contra a Pneumonia.

Os inquéritos foram realizados aos que se aconselharam no “Esquadrão da Pneumonia”, campanha de sensibilização e prevenção da SPP, que percorreu o País ao longo de duas semanas com o objetivo de alertar a população para a Pneumonia e para os problemas com ela relacionados.

«Os Portugueses ainda estão pouco esclarecidos relativamente à Pneumonia e às principais formas de prevenção», continua Robalo Cordeiro. «Os números são elucidativos: 96% dos inquiridos durante o Esquadrão da Pneumonia já tinha ouvido falar de Pneumonia, mas apenas 38,2% conhecia os sintomas. 71% afirmou não saber a diferença entre Gripe e Pneumonia e somente 25,5% sabia as suas formas de prevenção», acrescenta.

7,6% declarou já ter tido uma Pneumonia. De um total de 1021 participantes, apenas 55 (5,4%), estavam vacinados.

 

Prevenção

Na União Europeia, a vacinação pneumocócica está indicada para todas as pessoas a partir das seis semanas de vida. São vários os esquemas vacinais, atribuídos de acordo com a idade.

No caso dos recém-nascidos, a vacinação deve ser feita a partir das 6 semanas e, para que a proteção seja eficaz, é fundamental cumprir o esquema de vacinação de quatro doses. Nos restantes casos, pessoas a partir dos 6 anos que ainda não tiverem sido vacinadas, podem receber uma dose única.

O adulto acima dos 50 anos, quer seja saudável ou tenha doença associada, deve também fazer uma única dose da vacina.

 

Por MultiCom