A Doença dos Legionários é uma pneumonia causada por bactérias do género Legionella, que é diagnosticada com pouca frequência
o que se deve, entre outras razões, ao facto de os médicos não a colocarem como hipótese diagnóstica mesmo quando em presença de fatores de risco quer epidemiológicos quer clínicos e também porque para o seu diagnóstico laboratorial são necessários métodos específicos, nem sempre disponíveis.
As bactérias causadoras desta infeção são microrganismos ubíquos da água doce ambiente, podendo existir em reservatórios naturais, como lagos e rios, ou reservatórios artificiais como sistemas de água doméstica, quente e fria, humidificadores e torres de arrefecimento de sistemas de condicionamento de ar, piscinas, jacuzzis, instalações termais e outras, isto é, locais onde com facilidade se libertam aerossóis. Tornam-se um risco para a saúde, quando a temperatura e a presença de biofilmes e protozoários nesses ambientes favorecem a sua multiplicação rápida.
Podem causar doença no homem quando um indivíduo mais suscetível, com fatores de risco, conhecidos, inala ou aspira aerossóis que as contenham em quantidade suficiente e com características de virulência particulares. Do que se sabe até ao momento nem todas as espécies deste género têm sido associadas a doença no homem.
O controlo e prevenção desta doença fazem-se pelo diagnóstico precoce em casos suspeitos e pelo tratamento (descontaminação) da fonte de infeção provavelmente associada, que se baseia na limpeza, desinfeção e manutenção das instalações e equipamentos contaminados.
Devido às suas características epidemiológicas, esta doença tem sido alvo de atenção particular a nível internacional, em especial como uma doença associada ao viajante, estando atualmente integrada no sistema de redes de vigilância epidemiológica europeia do ECDC, com a designação de “European Legionnaires’ Disease Surveillance Network (ELDSNet).
Em Portugal, passou a ser considerada como doença transmissível de declaração obrigatória (DDO), desde 1999. Porque esse sistema se veio a mostrar insuficiente para a sua monitorização, a Direcção Geral da Saúde criou, em 2004, o Programa de Vigilância Epidemiológica Integrada da Doença dos Legionários (VigLab - D. Legionários) que associa à componente clínica, a laboratorial e a epidemiológica.
Por: DGS