POESIA por Isidoro Cavaco | isidorocavaco@gmail.com
Qu’ria ter-te toda a vida,
Oh, minha mãezinha qu’rida,
Com toda a tua candura.
Queria ser pequenino,
P’ra ser de novo o menino,
Que beijavas com ternura.
Nos meus medos, de criança,
Para me dares segurança,
No teu peito me abraçavas
E nessa afeição tão pura,
Quanto amor, quanta doçura,
Nos beijos, que então me davas.
Mil vezes me abraçaste
E tudo tu me ensinaste,
Com peso, conta e medida,
O exemplo, que deixaste,
Tem tido força, que baste,
P’ra dar paz à minha vida.
Não te consigo esquecer,
Foste a razão do meu ser
E o Sol dos meus dias.
Sinto o meu peito oprimido,
Com a dor de não ter sido,
O filho que tu merecias.
A tua imagem me encanta,
Oh, quanta saudade, quanta,
Sinto de ti, oh mãezinha,
Tua bondade foi tanta,
Sem ter altar, foste santa,
Sem trono, foste rainha.