PGA DE PORTUGAL LIDERA PELA PRIMEIRA VEZ

07:13 - 16/12/2014 DESPORTO
AS SELEÇÕES NACIONAIS DE AMADORES E DE PROFISSIONAIS CONCLUEM HOJE A RYDER CUP À PORTUGUESA NO MONTADO, EM PALMELA. A EQUIPA DA PGA DE PORTUGAL COMANDA POR 6,5-3,5

A seleção nacional de profissionais comanda pela primeira vez a Taça Manuel Agrellos, o confronto amigável entre as equipas da Federação Portuguesa de Golfe (FPG) e da PGA de Portugal, popularmente conhecida como Ryder Cup à portuguesa.

Depois de dois anos consecutivos de vitórias da seleção nacional de amadores, a PGA de Portugal conseguiu, pela primeira vez, inverter a tendência e parte hoje (terça-feira), às 8h00, para o último dia de prova, com uma vantagem de 6,5-3,5.

A Taça Manuel Agrellos, organizada pela PGA de Portugal em colaboração com a FPG, decorre pelo terceiro ano consecutivo no Montado Hotel & Golf Resort, em Palmela.

Ontem, jogaram-se os pares, com 5 duelos de fourball better-ball (quatro bolas em jogo, escolhendo cada equipa a melhor) de manhã, mais 5 foursomes (pancadas alternadas) à tarde.

E pela primeira vez a PGA de Portugal venceu uma das sessões, a de fourball, por 3,5-1,5, mas os jovens amadores tiveram uma reação psicológica notável.

Em vez de se intimidarem com esse resultado desnivelado, foram cheios de ambição para os embates da tarde e, apesar de aos nove buracos irem a perder por 3-2, conseguiram empatar os foursomes (2,5-2,5).

Em anos anteriores, a equipa da FPG terminara o primeiro dia a liderar por 5,5-4,5 em 2012 e 6,5-3,5 em 2013.

Para revalidar o título, os amadores necessitam de vencer amanhã 7 dos 10 duelos de singulares e acreditam ainda na reviravolta.

Mal terminaram os seus ‘matches’ de hoje reuniram-se para uma sessão de preparação física com o treinador José Pedro Almeida e ouviu-se várias a declaração de incentivo «amanhã vamos recuperar».

Enquanto isso, os jogadores da PGA de Portugal já estavam reunidos noutra sala do hotel a delinear a estratégia para os singulares de amanhã e era visível a satisfação pela liderança inédita.

 

Dos resultados de hoje (ver resultados completos em anexo ou no site oficial da PGA de Portugal), há dois aspetos importantes a salientar:

1 – O campeão nacional Tiago Cruz, o veterano António Sobrinho (11 vezes campeão nacional) e Miguel Gaspar foram os únicos jogadores a vencerem os seus dois encontros de hoje.

2 – João Carlota, que manteve-se invencível nos dois anos em que jogou pela equipa da FPG, sofreu hoje a sua primeira derrota na competição, agora ao serviço da PGA de Portugal, terminando o dia com 1 vitória e 1 derrota.

 

Nenhum dos capitães estava surpreso com o resultado. No fundo, esperava-se que os profissionais pudessem este ano nivelar a prova ou até mesmo dominá-la e a incógnita seria saber porque resultado.

Havia três razões básicas para essa expectativa:

Em primeiro lugar, a juventude dos amadores que contam, inclusive, com Pedro Lencart, o campeão nacional de sub-14, o mais jovem jogador de sempre na Taça Manuel Agrellos.

Em segundo a maior inexperiência relativamente a anos anteriores, havendo 4 ‘rookies’ em 10 jogadores.

E em terceiro o enorme reforço dos profissionais. Nos últimos dois anos, transitaram de amadores para profissionais Pedro Figueiredo, Gonçalo Pinto, Miguel Gaspar, Ricardo Melo Gouveia e João Carlota, todos expoentes máximos do golfe nacional, membros de seleções nacionais em Campeonatos do Mundo e da Europa.

A Taça Manuel Agrellos tem sido sempre conquistada pela seleção nacional da FPG, que venceu em 2013 por 13,5-6,5 e por 11-9 em 2012.

 

Declarações dos capitães / selecionadores

Nuno Campino (Selecionador nacional da FPG):

 «Os meus jogadores têm de estar contentes porque estão a jogar contra os melhores jogadores portugueses. Não era o que acontecia há um e dois anos em que a equipa da PGA tinha os melhores profissionais, mas neste momento eles são os melhores atletas que temos em Portugal.

«Por isso, fica mais difícil mas eu fico orgulhoso, porque estão a jogar na equipa de profissionais jogadores que a FPG formou. É um orgulho para a FPG e para mim enquanto treinador porque trabalhei com muitos deles. Nós perdemos quatro jogadores e a seleção de profissionais ganhou quatro. Em nomes, têm uma equipa bem mais forte do que a nossa.

«Mas devo dizer que, vendo os meus jogadores fazerem o que fizeram e nada estar ainda perdido, significa que temos jovens com futuro pela frente. Vamos ver amanhã, eu acredito que eles vão dar a volta por cima.

«Os profissionais têm mais experiência nos fourball. São jogadores que andam nisto há 20 anos, ou seja, têm mais anos de golfe do que estes miúdos têm de idade e isso faz uma grande diferença. Mas houve jogadores que estiveram muito bem. Por exemplo, o Tomás Silva e o João Ramos jogaram 5 abaixo do Par nos segundos nove buracos e mesmo assim perderam (1 up), o que quer dizer que os outros (João Carlota e António Sobrinho) jogaram bem.

«Nos foursomes somos habitualmente mais fortes, estamos mais habituados do que os profissionais a jogar esta modalidade. Jogamo-la em Campeonatos da Europa de homens e de boys, no Campeonato Nacional de Clubes, em teoria poderemos ser sempre mais fortes. Passámos ali os primeiros cinco ou seis buracos a jogar muito bem, mas depois não conseguimos manter mo resultado.

«Não podemos tirar o mérito aos profissionais, eles jogaram bem, esperamos que tenham gostado tanto deste primeiro dia de match como nós e amanhã cá estaremos de novo para lutar pela Taça».

 

José Correia (Presidente da PGA de Portugal):

«Foi a melhor prestação inicial da minha equipa nestes três anos. Agora, a nossa equipa está reforçada, temos mais três ou quatro jogadores que são uma mais-valia, que a FPG deixou de ter, mas o percurso de um jogador é este: começar com a família, passar pelo clube, ir às seleções da FPG e acabar como ‘pro’ na PGA de Portugal, desejavelmente no circuito europeu.

«Hoje de manhã foi muito bom. Montámos as equipas de modo a termos um líder em cada par, fazendo com que os cinco melhores jogadores fossem ‘team leaders’, com os outros a terem o papel de contribuírem, porque se fizessem 2 ou 3 birdies em 18 buracos já iriam contribuir muito. O plano deu resultado.

 

«De tarde, fomos para os foursomes em que tanto sofremos no ano passado. Eles nunca jogam foursomes, só aqui. Nesse caso procurámos ter duas equipas fortes – Ricardo Melo Gouveia/Gonçalo Pinto e Pedro Figueiredo/Hugo Santos – porque davam-nos garantias. Depois, procurámos que as outras formações, com a sua experiência, aproveitassem o conhecimento que têm das suas capacidades e limitações.

«Gostaria de destacar a vitória do António Sobrinho e do Miguel Gaspar (1 up, diante dos campeões nacionais de pares, Tomás Bessa e Pedro Lencart). O Miguel não está a passar uma fase boa na sua carreira e sei a boa pessoa que é. E o Sobrinho está a lutar outra vez, está com um comportamento diferente, está a jogar melhor, a recuperar o swing, psicologicamente mais forte e eu pensei: “vou juntá-los, vai ser a minha cartada que ninguém espera”, e resultou. Venceram no 18, já quase sem luz natural, e é claro que me emocionou».

«A atitude dos jogadores tem sido fantástica, a nossa relação está fortíssima, foi um dia positivo.

«O Nuno Campino tem feito um trabalho excelente e conhece muito bem todos os jogadores. Esse é outro problema que temos, se estivermos a encarar a parte competitiva disto. Porque é bom que se saiba que isto não é competição pura e dura. É bom que todos se empenhem e deem o seu melhor, mas damo-nos todos muito bem.

«Claro que é um problema para nós o Nuno conhecer muito bem os nossos jogadores e os dele. Já eu só conheço 50% da equipa amadora. Hoje, por exemplo, gostei imenso da postura daquele miúdo de Miramar, o Pedro Lencart. Devo dizer que temos 10 jogadores muito bons na equipa da FPG, não há dúvida que a federação está a fazer um bom trabalho».

 

 

Por PGA