Começou como ideia apresentada ao Orçamento Participativo Portugal 2018 e transformou-se em projeto vencedor a desenvolver na região do Algarve por um período de dois anos, mas foi mais recentemente que o mesmo começou – nas palavras da entidade promotora – a dar os primeiros voos, através da assinatura do protocolo de colaboração com o Instituto da Conservação da Natureza e da Floresta.
Agora o convite de participação chegou também ao município de Lagos, que aceitou o desafio e aprovou a celebração de um protocolo de parceria para a dinamização do projeto de “Alojamento Local para Aves”, o qual visa promover a diversidade de avifauna em toda a região do Algarve e, especificamente, na área do concelho.
A iniciativa do projeto é da Associação Vila Nativa – Conservação do Ambiente, com sede em Olhão, entidade que se dedica a projetos de conservação ambiental, à Inventariação, caracterização e monitorização de ecossistemas, a atividades de valorização ambiental e sensibilização ambiental.
A implementação em Lagos – que arrancará ainda durante o mês de janeiro - prevê a instalação de 30 caixas-ninho em locais previamente identificados pelos serviços da autarquia, em articulação com a Vila Nativa. As zonas selecionadas situam-se maioritariamente na cidade de Lagos, uma vez que é objetivo do projeto estimular a fixação de mais aves em meio urbano e, desta forma, fomentar o interesse e proporcionar um contacto mais direto da população em relação às mesmas. Outra das vertentes importantes do projeto reside no papel das aves no controlo de pragas biológicas, nomeadamente da lagarta processionária do pinheiro e de pequenos roedores.
Segunda explica a entidade promotora do projeto, as caixas-ninho são de diferentes dimensões e destinadas a pequenas espécies de chapim (espécies insetívoras e que podem dar uma grande ajuda no controlo da lagarta-do-pinheiro, uma vez que se alimentam maioritariamente das lagartas), a poupas e estorninhos-pretos (espécies igualmente insetívoras, sendo a poupa uma grande aliada no controlo da lagarta-do-pinheiro, uma vez que se alimenta da sua pupa que está enterrada na terra) e a aves de rapina de média dimensão, como o mocho-galego, o peneireiro-vulgar e a coruja-das-torres, que dão uma grande ajuda no controlo das espécies de roedores, sendo que as duas primeiras também se alimentam de insetos.
Está prevista ainda a possibilidade de instalação destas caixas nos espaços verdes de estabelecimentos escolares, assim como a dinamização de atividades de sensibilização e educação ambiental.
O protocolo de cooperação a celebrar centre o município e a Vita Nativa, que foi aprovado na última reunião da Câmara Municipal de Lagos, prevê a instalação das caixas-ninho e a respetiva manutenção e monitorização durante um período mínimo de dois anos.
Por: CM Lagos